Comissões Municipais do Coletivo ASA no Curimataú e Seridó paraibano participam de oficina de capacitação no município de Picuí/PB.
As Comissões Municipais da ASA
(Articulação Semiárido Brasileiro) dos municípios paraibanos de Picuí, Baraúna
e Damião se fizeram presentes à oficina de capacitação em critérios de seleção
das famílias no âmbito do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), nos dias 10 e
11 de abril, no Centro Educativo do CEOP, em Picuí/PB. O objetivo da oficina
foi refletir sobre a importância do P1+2 na construção de estratégias de
convivência com o semiárido nessa região, bem como, discutir sobre os critérios
e orientações para seleção das famílias a serem envolvidas no referido
programa, que tem o CEOP como Unidade Gestora Territorial (UGT).
Durante o evento, os participantes
destacaram a seriedade na gestão dos programas desenvolvidos pelo CEOP e pela
ASA na região do Curimataú e Seridó paraibano e apontaram os impactos
socioeconômicos impulsionados pelas tecnologias sociais de captação e manejo da
água de chuva para as famílias agricultoras, gerando renda, qualidade de vida e
incentivo para a produção familiar agroecológica.
Um dos temas discutidos na oficina
foi à problemática da terra, onde o grupo dialogou acerca da questão de muitas
pessoas ainda não possuírem terra suficiente para sequer construírem uma das
implementações destinadas à produção de alimentos, o que levou os participantes
a refletirem sobre a importância da luta social para a conquista da terra e da
água como base para a convivência digna com o Semiárido.
Durante a oficina, as comissões
debateram sobre as ameaças das expressões do agronegócio e do mercado dominante
de alimentos que impõem uma lógica perversa de dependência externa às famílias,
desconstruindo as culturas agroalimentares comunitárias, historicamente
saudáveis e embasadas na sabedoria popular.
Nesse contexto, a importância da preservação das sementes da paixão, que
englobam desde a imensa diversidade de variedades vegetais até as raças de
animais nativos e adaptados ao semiárido, são temas prioritários nos espaços de
formação a serem promovidos pelo P1+2 junto aos beneficiários, na visão das
comissões municipais.
Dona Livramento, líder comunitária e
agente de saúde, na comunidade Mendes, município de Baraúna, colocou em debate
o quanto é importante as pessoas começarem a produzir e realizar o
armazenamento para se sobressaírem nos momentos difíceis da estiagem e assim
encontrarem alternativas para se conviver com a falta de chuvas, “o cultivo de
hortas ajuda as pessoas a adquirirem renda e o armazenamento nos ajuda a
sobreviver nos momentos difíceis. Não é preciso trabalhar fora, é possível
viver aqui”, diz Dona Livramento, que declara se sentir honrada em compor a
comissão municipal e poder adquirir conhecimentos sobre os meios e as
tecnologias essenciais para a convivência com o Semiárido e compartilhar com a
comunidade.
A possibilidade de se intervir em
cada localidade, mas, conectados e conectadas pelos fios da rede ASA; seguir
fortalecendo os agricultores e as agricultoras de diversas regiões; partilhar
saberes e influenciar as políticas públicas e assim contribuir para uma melhor
transformação das comunidades através do diálogo, da reflexão sobre o próprio
meio em que as pessoas estejam inseridas é fazer florescer uma perspectiva de
transformação de vidas! Esse foi o sentimento expresso pelo grupo ao final da
oficina.
Maricelma Santos - Comunicadora
popular da ASA
Picuí - PB
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