Saúde divulga boletim da dengue e chikungunya e ações desenvolvidas para o Zika Vírus.
A Secretaria de Estado da Saúde
(SES-PB) divulgou, nesta quinta-feira (2), o Boletim Epidemiológico da dengue e
chikungunya, referente ao período de 1º de janeiro a 23 de junho. Nesse
período, foram notificados 17.106 casos suspeitos de dengue na Paraíba, sendo
confirmados 6.082 casos, com 2.422 casos descartados. Dentre os casos
confirmados até esta 25ª semana epidemiológica de início de sintomas, 64 deles
foram classificados como dengue com sinais de alarme, sendo 11 casos de dengue
grave. Os demais seguem em processo de investigação.
Atualmente, 101 municípios da
Paraíba (45,29%) estão classificados em epidemia de dengue, ou seja,
coeficiente de incidência (número de casos/100 mil habitantes) acima de 300%.
São eles: Água Branca, Alagoa Grande, Alagoinha, Alcantil, Alhandra, Aparecida,
Arara, Areia de Baraúnas, Areial, Aroeiras, Bananeiras, Baraúnas, Barra
Santana, Bayeux, Belém, Boa Vista, Bom Jesus, Borborema, Brejo dos Santos,
Cabaceiras, Cabedelo, Cachoeira dos Índios, Cacimbas, Caiçara, Cajazeiras,
Camalaú, Capim, Catolé do Rocha, Caturité, Conde, Coxixola, Cuitegi, Diamante,
Dona Inês, Esperança, Fagundes, Frei Martinho, Guarabira, Gurjão, Ingá,
Itaporanga, João Pessoa, Juarez Távora, Juazeirinho, Junco do Seridó,
Juripiranga, Juru, Lagoa, Logradouro, Mãe D’água, Manaíra, Marizópolis,
Matinhas, Maturéia, Mogeiro, Monte Horebe, Monteiro, Nazarezinho, Nova Olinda,
Nova Palmeira, Ouro Velho, Parari, Pedra Lavrada, Pedro Regis, Piancó, Picuí,
Pilar, Pilõezinhos, Pirpirituba, Pitimbu, Prata, Princesa Isabel, Puxinanã,
Remigio, Riachão, Riachão de Santo Antônio, Riacho dos Cavalos, Salgado de São
Félix, Santa Helena, Santa Luzia, Santa Rita, Santo André, São Domingos, São
João do Rio o Peixe, São José dos Espinharas, São José de Princesa, São José do
Sabugi, São José dos Ramos, São Mamede, São Sebastião do Umbuzeiro, Serra da
Raiz, Serra Grande, Sertãozinho, Sousa, Tavares, Teixeira, Uiraúna, Umbuzeiro,
Várzea e Zabelê.
Considerando a incidência da Dengue
no Estado nos anos de 2013, 2014 e 2015, que foram respectivamente, 219,35%,
94,17% e
372,32%, destaca-se a sinalização de epidemia para o ano em curso. “Essa
situação pode ter aumentado tendo em vista a recomendação da notificação dos
casos de Síndrome Exantemática de Etiologia Desconhecida, nos meses de maio e
junho – indivíduo residente no Estado da Paraíba que apresente exantema
(manchas avermelhadas), acompanhado ou não de febre baixa (até 37,7ºC) e outros
sinais e sintomas, que não atendam a definição de caso suspeito de sarampo,
rubéola, dengue e chikungunya”, afirmou a gerente executiva de Vigilância em
Saúde da SES-PB, Renata Nóbrega.
Ela reforçou a importância do
monitoramento constante em todo Estado para o agravo de casos, tendo em vista o
aumento das notificações entre os anos de 2014 e 2015, no período de 1º de
janeiro a 23 de junho, tendo em vista que no ano passado foram notificados
5.134 casos. “Quando comparamos os dados à realidade do Brasil, destacamos que
a Paraíba está com números abaixo da incidência nacional”, observou.
Renata Nóbrega disse, ainda, que,
com a confirmação de nova doença circulante no Brasil e na Paraíba, Zika Vírus,
a SES-PB discutirá com as Secretarias Municipais de Saúde o encerramento dos
1.274 casos que foram notificados como exantema de etiologia a esclarecer em
maio e junho.
Óbitos – De acordo com o boletim,
dois óbitos por dengue foram confirmados, um no município de Alhandra e outro
em Guarabira. Quatro mortes seguem em processo de investigação – uma em
Alhandra, outra em São João do Rio do Peixe, uma em Guarabira e uma em Sousa.
“Ao comparar com o período do ano de 2014, quando foram registrados cinco
óbitos por dengue, a SES-PB recomenda às Secretarias Municipais de Saúde o
alerta de manter a rede atenta para o diagnóstico precoce da doença e o manejo
correto para que os óbitos sejam evitados”, disse Renata Nóbrega.
Os óbitos que se encontram em
investigação estão aguardando o resultado do laboratório do Instituto Evandro
Chagas – IEC, no Pará, e seguem acompanhados pela área técnica e municípios,
conforme preconizado pelo protocolo do Ministério da Saúde.
Febre de Chinkungunya – Na Paraíba,
até a 25ª Semana Epidemiológica, foram notificados sete casos suspeitos de
febre nos municípios de Pombal (1), Alhandra (1), Campina Grande (1), Umbuzeiro
(2), Coremas (1), João Pessoa (3), Rio Tinto (01), sendo cinco descartados e
dois em investigação, aguardando resultado. “A SES-PB informa que todo caso
suspeito de Chikungunya é de notificação compulsória imediata e deve ser
informado em até 24 horas às esferas municipal, estadual e federal, por meio
dos telefones: 0800.281.0023/ 3218-7331/ 8828.2522”, disse Renata Nóbrega.
No Brasil em 2015, até a Semana
Epidemiológica 15, foram notificados 3.135 casos autóctones suspeitos de febre
de chikungunya. Destes, 1.688 foram confirmados, 1.407 continuam em
investigação. Nos Estados Amapá (Oiapoque, Macapá, Ferreira Gomes), Bahia
(Feira de Santana, Riachão do Jacuípe, Baixa Grande, Ribeira do Pombal). Em
2014 (SE 37 a 53) e 2015 (SE 1 a 15), foram ainda registrados 100 casos
importados confirmados por laboratório, identificados nas seguintes Unidades da
Federação: Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas
Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima e
São Paulo.(BRASIL, Ministério da Saúde; BE Nº 14/2015 Volume 46).
Ações para controle do mosquito –
Para o controle vetorial, a Gerência de Vigilância Ambiental da SES-PB ressalta
que todos os municípios deverão realizar anualmente quatro ciclos de
Levantamento de Infestação Predial (LIRAa e LIA), com periodicidade trimestral
(janeiro, março, julho e outubro). Para tanto, faz-se necessário que todos os
223 municípios paraibanos realizem, na primeira quinzena de julho de 2015, o
terceiro LIRAa ou LIA (este último para municípios abaixo de 2.000 imóveis),
com o intuito de avaliação do Índice de Infestação Predial do Mosquito. Os
resultados do LIRAa e LIA são de fundamental importância para o planejamento
das ações de combate à Dengue, Febre de Chikungunya e Zika Vírus.
Através do LIRAa e LIA existe um
indicador entomológico que fornece informações para o direcionamento das
atividades de controle do vetor da dengue, que se constitui nos recipientes
existentes, isto é, aqueles com condições de acumular água. “Tendo em vista o
início do período chuvoso, chega a preocupação com a questão da proliferação
dos mosquitos. Os locais com possibilidade de armazenamento de água devem ser
devidamente tampados”, alertou Renata Nóbrega.
O indicador é obtido por meio desse
levantamento, pelo qual são obtidas informações sobre os recipientes
pesquisados e aqueles com larvas de Aedes aegypti. Os recipientes mais
frequentemente encontrados são vasos e pratos de plantas, inservíveis como
latas, potes e frascos, garrafas e aqueles não removíveis como piscinas,
bebedouros de animais, lonas e outros de utilidade para o morador. Pneus e
caixas d’água apresentaram maiores percentuais de positividade para o mosquito
em relação aos outros tipos.
Carro fumacê – Trata-se de uma
intervenção que preferencialmente deve ser restrita a áreas vulneráveis,
evitando, assim, o uso excessivo de inseticidas em áreas não indicadas,
enfatizando, portanto, o uso oportuno desse insumo crítico nas ações de
controle de dengue.
Neste ano, 15 municípios receberam
intervenção do carro fumacê e, no momento, ele está atuando em 10 municípios.
Foram usados, aproximadamente, 280 litros do adulticida Lambdacialotrina CE 5%
e 3.220 litros de óleo Vegetal, utilizado como solvente.
O corpo técnico da Gerência
Operacional de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde e
Gerências Regionais de Saúde realiza visitas técnicas aos municípios em risco
utilizando estratégias que possibilitem a operacionalização de ações
intersetoriais, empregando-se de meios e instrumentos que possam minimizar os
obstáculos encontrados no combate ao Aedes e potencializar as variáveis
favoráveis, como o apoio da própria gestão municipal, através da Educação,
Comunicação, Infraestrutura, etc.
“O Controle vetorial deve ser
atividade rotineira nesses municípios, sendo necessária articulação
intersetorial entre o órgão de saúde e outros da esfera municipal, para
realizar melhorias imediatas relacionadas ao saneamento básico, principalmente
de coleta de lixo e de fornecimento regular de água tratada, evitando que se
formem criadouros. Providências pela destinação de resíduos sólidos especiais,
como os pneus e gestão de Ecopontos”, alertou Renata Nóbrega.
Alerta para Zika Vírus – A
Secretaria de Estado da Saúde realiza desde o mês de fevereiro o acompanhamento
da situação epidemiológica do aumento de pessoas que procuram os serviços de
saúde com sinais e sintomas diferentes das formas de dengue e outras doenças de
notificação compulsória padronizadas pelo Ministério da Saúde. Dessa forma, em
parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa e Ministério da
Saúde foi realizado investigação desses “exantemas a esclarecer”.
Após envio de 20 amostras enviadas
para análise no Instituto Evandro Chagas-Pará, o Lacen-PB recebeu em 30 de
junho de 2015 alguns dos resultados. Dos 15 resultados recebidos, 11 foram
confirmados para o Zika vírus no município de João Pessoa, o que reafirma a
circulação da doença no Estado da Paraíba. Sobre a descrição dos casos
confirmados destaca-se que 45,5% foram do sexo masculino e 54,5% feminino; e
com seguinte histórico de sintomas: 100% sem febre, 100% com dores nas
articulações, 90,9% com coceira (10 casos), 90,9% dores musculares (10 casos),
81,8% (9 casos) fraqueza, 63,6% edema nas articulações (7 casos), 63,6% dor de
cabeça (7 casos), 54,5% (6 casos) dor “atrás dos olhos”, 36,4% (4 casos)
diarreia, 27,3 % (3 casos) dor de garganta, 27,3 % (3 casos) linfadenopatia,
27,3% (3 casos) náusea, 18,2% (2 casos) tosse, 9,1% (1 caso) vômitos, 9,1% (1
caso) coriza e 9,1% (1 caso) vermelhidão nos olhos.
A febre por vírus Zika é descrita como uma
doença febril aguda, autolimitada, com duração de 3-7 dias, geralmente sem
complicações graves e não há registro de mortes. A taxa de hospitalização é
potencialmente baixa. Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas
não desenvolvem manifestações clínicas, porém quando presentes a doença se
caracteriza pelo surgimento de erupções avermelhadas na pele (exantema
maculopapular pruriginoso), febre intermitente, hiperemia conjuntival não
purulenta e sem prurido, dores nas articulações, dor muscular e dor de cabeça e
menos frequentemente, edema, dor de garganta, tosse, vômitos e hematospermia
(presença de sangue no esperma ejaculado).
De acordo com o Ministério da Saúde,
nesse momento devem ser notificados somente os casos confirmados para febre do
Vírus Zika no Sinan.
Secom-PB
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