Açude de Boqueirão atinge seu ponto mais crítico e entra no volume morto.
Cerca
de 650 habitantes de 19 municípios paraibanos polarizados por Campina Grande já
estão consumindo água do volume morto do açude Epitácio Pessoa, o ‘Boqueirão’.
Os efeitos da estiagem no principal reservatório de abastecimento de água da
região atingem as cidades de Lagoa Seca, Barra de Santana, Caturité, Queimadas,
Pocinhos, Sossego, Alagoa Nova, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça,
Boqueirão, Juazeirinho, São Vicente do Seridó, Pedra Lavrada, Cubatí, Boa
Vista, Cabaceiras, Olivedos e Soledade, além de Campina.
De acordo com o gerente executivo de
planejamentos e projetos da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba, Laudízio
Diniz, o fornecimento de água da reserva técnica do açude Epitácio Pessoa para
o consumo humano já vem sendo feito há alguns dias.
Segundo Laudízio Diniz, o volume intangível (porão,
volume morto ou reserva técnica) do açude
é 48.405.161 m3, pouco mais de 10% de sua capacidade total de
411.686.220 metros cúbicos.
O
diretor da autarquia estadual garante que a utilização da água não oferece
risco à saúde. Laudízio reforça que apesar do volume do açude Boqueirão atingir
um ponto critico o uso da água da reserva técnica não provoca problemas ao
consumidor. “Apesar de ter uma salinidade maior não traz riscos à saúde
humana”, garante.
A
informação de Laudízio Diniz se contrapõe a declaração alarmista do deputado
Tovar Correia Lima (PSDB) de que água do volume morto do Boqueirão concentra
minerais, aditivos e outras substâncias que podem gerar problemas de saúde.
O
açude Epitácio Pessoa vem sofrendo os efeitos da estiagem nos últimos três anos
e as chuvas registradas em todas as regiões do estado em janeiro deste ano não
atingiram a cabeceira do manancial.
Apesar
de uma série de medida tomada para inibir os efeitos da estiagem, entre as
quais o racionamento e a proibição das águas na agricultura, os níveis do açude
continuam caindo. No início deste mês, o Boqueirão chegou a 11,5% de sua
capacidade, o pior índice da história do açude construído na década de 50 e
inaugurado pelo presidente Juscelino Kubitschek, em janeiro de 1957, justamente
para combater os efeitos da seca.
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