Segundo o TSE, eleitores da PB estão cada vez mais longe das urnas.
Estimular
a população a participar das eleições é um desafio para a Justiça Eleitoral e
para a classe política. O descrédito com os representantes se mostra nos
índices de abstenção nos processos eleitorais. Levando em conta apenas as três
últimas eleições municipais, a maior taxa de abstenção verificada na Paraíba
foi no segundo turno das eleições de 2012, quando 16,6% dos eleitores não
votaram. Em Campina Grande, a abstenção alcançou 19% no primeiro turno das
eleições de 2008.
O
presidente da Câmara Municipal de Campina, Pimentel Filho, acredita que a
solução para reduzir o índice de abstenção é aproximar a população do trabalho
parlamentar. Para ele, através da participação no Legislativo, a sociedade pode
ter conhecimento do funcionamento do parlamento e do papel de cada Poder. “Ao
se abster, o eleitor não participa do ato mais democrático, não dá a sua
contribuição. Com isso ele acaba elegendo qualquer um, porque o número de vagas
vai continuar o mesmo e serão todas preenchidas”, avaliou.
Vereador
mais votado nas últimas eleições em João Pessoa, Raoni Mendes (PTB), considera
que os elevados índices de abstenção são reflexo do descrédito da classe
política perante a população. A execução efetiva das promessas feitas durante a
campanha eleitoral é apontada pelo parlamentar como uma alternativa para
estimular o eleitorado.
Em
seu segundo mandato como deputado federal e pré-candidato à prefeitura de João
Pessoa, Wilson Filho (PTB) tem opinião semelhante e acrescenta que os jovens são
os que mais se abstêm nos processos eleitorais. “Porque não há renovação. Eles
não enxergam os políticos como representantes”, disse. Ele ainda acrescentou
que a abstenção é uma forma equivocada de protestar e viabiliza a permanência
das mesmas pessoas no poder. “Quem se abstém está decepcionado. Mas precisamos
estimular as pessoas, principalmente com o apoio da juventude”, frisou.
Conforme
dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na capital, a
maior taxa de abstenção ocorreu no segundo turno das eleições, quando Luciano
Cartaxo e Cícero Lucena disputavam a prefeitura. Dos 407.237 eleitores aptos a
votar, 72.874 não compareceram às urnas, uma abstenção de 17,24%. Já no
primeiro turno a abstenção ficou em 15,1%.
Já
em Campina Grande, a maior abstenção ocorreu no primeiro turno das eleições de
2008. Dos 266.516 eleitores, 19% se abstiveram no processo eleitoral. No
segundo turno, quando tiveram que escolher entre Veneziano Vital do Rêgo e
Rômulo Gouveia, a abstenção caiu para 12,5%.
Pior índice foi registrado no pleito
de 2014
Nas
eleições de 2014, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou o maior índice
de abstenção dos últimos 16 anos. Conforme o tribunal, 27,7 milhões de
brasileiros não compareceram às urnas, o que equivale a 19,4% do eleitorado
apto a votar. Na Paraíba, a abstenção ficou em 17% no primeiro turno e em 18%
no segundo, quando 510.208 paraibanos deixaram de votar.
Nas
eleições de 2014, em que foram eleitos presidente, governadores, senadores,
deputados federais e estaduais, a maior taxa de abstenção na Paraíba foi
registrada entre o eleitorado na faixa etária entre 26 a 40 anos. Na faixa
etária que abrange idades entre 18 e 25 anos, a abstenção ficou em 99.052, no
segundo turno. Entre o eleitorado facultativo jovem, a abstenção foi de 6.914,
no primeiro turno, e de 6.660, no segundo turno. Porém, nos 19 municípios que
tiveram voto biométrico, o percentual médio de não comparecimento chegou a 10%.
JPOnline
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