Vírus da zika na Paraíba é igual ao que circulou na Polinésia Francesa.
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Pesquisadores
da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, divulgaram novos detalhes da pesquisa sobre a
amostra do vírus da zika que infectou mulheres grávidas na Paraíba.
Esse
vírus é igual ao que circulou na Polinésia Francesa e que também foi associado
à microcefalia em bebês.
Outra
revelação: o vírus da zika que está circulando no Nordeste é muito semelhante a
um tipo de vírus que provoca uma doença que já tem vacina.
Nos
laboratórios da Fiocruz, os pesquisadores tentam decifrar o vírus da zika. O
vírus é igual ao que circulou na Polinésia Francesa em 2013 e onde foram
registrados, pelo menos,17 casos de microcefalia.
Esse
é o primeiro sequenciamento genético completo do vírus da Zika ligado a um caso
de microcefalia no Brasil. Os cientistas analisaram o líquido amniótico de
mulheres grávidas de bebês com microcefalia ou malformação no cérebro na
Paraíba.
Uma
das mulheres teve os sintomas da zika na décima semana de gestação. A outra, na
décima-oitava. Mas o líquido amniótico só foi coletado na vigésima-oitava
semana, mais de dois meses depois. E mesmo assim, os pesquisadores encontraram
nas amostras uma grande quantidade de vírus da Zika ativo. Significa que o
vírus pode permanecer por mais tempo do que se pensava no organismo das
mulheres grávidas.
“Tudo
do zika está sendo surpreendente. Acho que cada dia a gente está tendo uma
informação nova, até então a ultrassonografia vinha, era normal, elas estavam
tendo uma gestação normal. Na ultrassonografia da vigésima-oitava semana já
estava presente a microcefalia”, diz Ana Bispo, pesquisadora da Fiocruz.
O
estudo foi uma parceria de pesquisadores da Fiocruz, da Universidade Federal do
Rio de Janeiro e do Instituto Professor Joaquim Amorim Neto, na Paraíba. O
método que eles usaram permitia identificar todos os vírus e bactérias
presentes no líquido amniótico. Mas só o vírus da zika foi encontrado em grande
número.
“Então
a gente pode dizer que realmente o zika era o agente que estava implicado
naquele quadro ali de microcefalia”, explica a pesquisadora Ana Bispo.
Bom
Dia Brasil: Foi o que desencadeou a microcefalia naqueles bebês?
Ana
Bispo: Não sei dizer para você se foi ele apenas que causou isso.
O
estudo foi publicado na revista científica internacional 'The Lancet Infectious
Diseases'. Segundo os cientistas, o vírus brasileiro não é da mesma linhagem do
vírus da África. E mais: o vírus da zika encontrado no líquido amniótico das
grávidas da Paraíba é muito mais parecido com o da febre amarela do que com o
da dengue e mais semelhante ainda ao da encefalite japonesa, que causa
malformações congênitas. E já existe vacina contra essa doença.
“Vendo
a proximidade do zika com a encefalite japonesa, eu acho que merece sim uma
investigação”, diz Ana Bispo.
A
descoberta pode abrir um novo caminho para as pesquisas.
G1
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