Água de açude pode explicar tremores no sertão cearense.
Açude 'castanhão' no Ceará - imagem da internet |
Dois
tremores seguidos foram sentidos nos municípios de Solonópole e Jaguaribe, a
cerca de 300 quilômetros de Fortaleza. Os sismos ocorreram na tarde de domingo
(06). O primeiro foi registrado às 17h08 e teve magnitude 3.1. O segundo, às
17h29, foi de magnitude 3.4. As informações são do Laboratório Sismológico da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN). A atividade também
foi registrada pelo Centro Sismológico da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo
o técnico do LabSis Eduardo Menezes, os tremores atingiram um raio de 50
quilômetros entre as duas cidades. Os efeitos dos sismos foram sentidos em sete
distritos: Nova Olinda, Alto Verde, Bom Jardim e Maretas, em Solonópole, e Nova
Floresta, Feiticeiro e Palha, em Jaguaribe.
O
chefe do Núcleo de Sismologia da Defesa Civil do Ceará, Francisco das Chagas
Brandão Melo, relatou que a magnitude dos tremores causou susto nos moradores
das localidades. Em Alto Verde, algumas casas tiveram rachaduras. Uma equipe da
Defesa Civil viaja amanhã (8) para os municípios para conversar com os moradores
sobre as ocorrências.
Brandão
disse que sismos como esses não são raros nessa área do sertão cearense. Embora
ainda não haja explicação para os tremores em Solonópole e Jaguaribe, alguns
eventos podem ser explicados pela chamada sismicidade induzida, relacionada a
alguma grande intervenção humana. Na região dos municípios, fica o açude
Castanhão, construído entre 1995 e 2003 e considerado o maior açude público de
múltiplos usos do Brasil.
“A
água do açude entranhou na terra, passou pelas falhas geológicas e atua como um
lubrificante entre as rochas. Isso acaba gerando tremores de terra induzidos”.
A capacidade total do Castanhão é de 6,7 bilhões de metros cúbicos.
De
acordo com Menezes, do LabSis, não houve novos tremores nas localidades após os
dois registrados ontem.
Agência
Brasil
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