Lula diz à Polícia Federal que ofensas farão com que se candidate em 2018.
A
Justiça Federal do Paraná disponibilizou hoje (14) o depoimento prestado pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Polícia Federal (PF) no último dia 4.
Ele prestou depoimento quando a PF deflagrou a 24ª fase da Operação Lava Jato,
denominada Aletheia, que apura pagamento
de empreiteiras por palestras de Lula e repasse de construtoras ao Instituto
Lula.
No
depoimento, Lula foi questionado sobre o apartamento tríplex no Guarujá (SP).
Segundo promotores do Ministério Público do Estado de São Paulo, o apartamento
tríplex seria “destinado” ao ex-presidente Lula e sua família.
Lula
disse que o apartamento não pertence a ele e que decidiu não ficar com o imóvel
por ser pequeno.
Argumentação
“Era
muito pequeno, os quartos, era a escada muito, muito... Eu falei ‘Léo, é
inadequado para um velho como eu, é inadequado.’ O Léo falou ‘Eu vou tentar
pensar um projeto pra cá.’ Quando a Marisa voltou lá não tinha sido feito nada
ainda. Aí eu falei pra Marisa: ‘Olhe, vou tomar a decisão de não fazer, eu não
quero’”, disse o ex-presidente em seu depoimento.
Além
da estrutura do apartamento, Lula disse, ainda, que concluiu ser “inútil” ter
um apartamento na praia. “Uma das razões
é porque eu cheguei à conclusão que seria inútil pra mim um apartamento na
praia, eu só poderia frequentar a praia no dia de finados, se estivesse
chovendo. Então, eu tomei a decisão de não ficar com o apartamento”, afirmou.
No
depoimento, o ex-presidente fez várias críticas, inclusive, a muitos que pensam
que o imóvel seria dele. Sobre o sítio em Atibaia, afirmou que pertence a Fernando
Bittar e Jonas Suassuna. “Eu, na verdade, quero falar pouco do sítio, porque eu
não vou falar do que não é meu. Quando vocês entrevistarem os donos do sítio
eles falarão pelo sítio”. Lula confirmou que frequentava a localidade.
Em
determinado momento, o ex-presidente abordou a possível candidatura nas
eleições de 2018. Ao responder uma pergunta do delegado sobre João Vaccari Neto
[tesoureiro do Partido dos Trabalhadores] e a afirmação de delatores sobre a
responsabilidade de Vaccari “para recebimento de valores decorrentes de
fechamento de contrato de percentual” e se o ex-presidente teria conhecimento
sobre isso, Lula explicou que Vaccari era um “companheiro extraordinário” e que
não acredita que ele tenha acertado percentuais com empresas. Lula criticou a
imprensa.
Mensalão
“Eu
não acredito que o Vaccari tenha acertado percentual com empresa pra receber,
não acredito, não acredito. Acontece que no Brasil nós estamos vivendo um
período, desde o mensalão, que as pessoas não têm que ser culpadas; ele não
será condenado pelo julgamento apenas, ele será condenado pelas manchetes dos
jornais”.
O
ex-presidente completou dizendo que será candidato nas próximas eleições. “É o
que estão tentando fazer comigo agora, só que o que estão tentando fazer comigo
vai fazer com que eu mude de posição, eu que estou velhinho, estava querendo
descansar, vou ser candidato à Presidência em 2018 porque acho que muita gente
que fez desaforo pra mim vai aguentar desaforo daqui pra frente. Vão ter que
ter coragem de me tornar inelegível”.
Agência
Brasil
Nenhum comentário