Prognóstico aponta agravamento da Seca no Sertão e Agreste.
Mesmo
com a dissipação do fenômeno El Niño, as chuvas continuarão abaixo da média
histórica no trimestre de abril a junho na Paraíba. Para as regiões do Sertão e
Agreste, a situação é ainda pior, pois o prognóstico aponta o agravamento da
seca. As informações foram divulgadas na
1ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Leste do Nordeste do
Brasil, que aconteceu no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em
Pernambuco, e reuniu representantes de órgãos meteorológicos de vários estados,
dentre eles, a Paraíba.
“Em
consenso, todos os modelos em análise indicavam a previsão de maior
probabilidade de chuva abaixo da normal
climatológica em grande parte da região Nordeste, inclusive para o estado da
Paraíba. Ressalta-se que a chuva no semiárido é caracterizada por uma alta
irregularidade na distribuição espacial e temporal, com ocorrência de veranicos
(de cinco ou mais dias sem chuva). Enquanto no Litoral poderão ocorrer pancadas
de chuva intensa num curto espaço de tempo”, esclareceu o chefe da Seção de
Previsão do Tempo do 3º distrito do Inmet, Ednaldo Correia.
No
semiárido, o período mais favorável acontece entre meados de fevereiro e maio,
sendo os meses de março e abril os mais propícios à ocorrência de chuvas,
diferentemente do que acontece no setor Leste, que vai do Litoral ao Agreste,
onde a época mais úmida acontece entre os meses de abril e julho. “Neste
período a Zona de Convergência Intertropical apresenta-se como o principal
sistema causador de chuvas nas regiões do Sertão e Cariri/Curimataú”,
esclareceu a meteorologista da Agência Executiva de Gestão das Águas, Carmem
Becker.
Em
janeiro, conforme os dados da Aesa, as chuvas ficaram 91,2% acima da média
esperada em todo o Estado. No mesmo período do ano passado, as chuvas foram
76,3% abaixo da média. As cidades sertanejas apresentaram as precipitações mais
intensas. Já durante o mês de fevereiro e a primeira quinzena de março, as
chuvas ocorreram de forma mais irregular e em menor intensidade que o observado
pelos meteorologistas no mês de janeiro.
Outra
informação divulgada na 1ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor
Leste do Nordeste do Brasil, foi que, com a previsão de chuvas abaixo do
esperado, as temperaturas deverão ficar mais altas, principalmente no período
da tarde nas regiões do Sertão e no Agreste paraibano.
AÇUDES
Apesar
do prognóstico negativo, nos últimos dias, as intensas chuvas que ocorreram no
Sertão do Estado, melhoraram a situação dos principais açudes da região. A
maior recarga foi registrada no manancial São Gonçalo, que chegou a registrar
1,1% do volume total no dia 8 deste mês e até ontem já havia passado para 27%.
Já o açude Lagoa do Arroz, que estava com 5,4% da capacidade, subiu para 12,5%.
No entanto, entre os sete principais açudes paraibanos, seis ainda estão com o
nível abaixo de 30%. Apenas o Gramame, no Conde, apresenta boas condições, com
um volume de 76,8% da capacidade total.
Dos
124 açudes monitorados pela Aesa, 34 estão com capacidade armazenada superior a
20% do seu volume total; 33 reservatórios estão em observação, com volume
abaixo de 20% e 57 açudes estão em situação crítica, com capacidade menor que
5%. Nenhum reservatório está sangrando na Paraíba.
JPOnline
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