Suspeito de sequestrar médicos no RN é foragido da Paraíba, diz delegado.
Normando Feitosa - delegado de Macaíba RN |
A
Polícia Civil do Rio Grande do Norte já tem pistas de pelo menos um dos três
criminosos que sequestraram dois médicos potiguares na tarde desta sexta-feira
(11). Reginaldo Antônio Freitas Junior e Carolina dos Santos Damásio montavam
um aula de campo na zona rural de Macaíba, na Grande Natal, quando foram
surpreendidos e levados pelos bandidos. As vítimas foram resgatadas à noite, em
meio a um canavial na praia de Barra de Camaratuba, no município de Mataraca,
litoral Norte paraibano.
“O
objetivo dos sequestradores era o carro do médico. O veículo seria utilizado em
um assalto a banco", afirmou o delegado de Macaíba Normando Feitosa,
responsável pelas investigações. "Já temos a identificação de um dos
criminosos, o cabeça do bando. O nome não vai ser revelado para não comprometer
as investigações. Trata-se de um presidiário foragido do sistema penitenciário
da Paraíba. Por fotos, os médicos conseguiram reconhecê-lo. Agora estamos
trabalhando para encontrá-lo, assim como os outros dois que também participaram
deste crime”, afirmou. O delegado não descarta a possibilidade de ter mais
gente envolvida no caso.
O
sequestro
Segundo
o delegado, os médicos se preparavam para ministrar uma aula de campo na Praça
do Baobá, que fica na comunidade de Jundiaí, na zona rural de Macaíba.
"Isso foi por volta das 14h50. Eles foram os primeiros a chegar e estavam
tirando umas cadeiras plásticas de dentro do carro do médico, uma Toyota Sw4,
quando os sequestradores chegaram em um Prisma", relatou.
"O
médico nos contou também que um dos criminosos o obrigou a entrar no carro e
ficou com ele na frente do veículo. No banco traseiro, ficaram a médica e outro
sequestrador. O terceiro bandido foi dirigindo o Prisma, seguindo a
Toyota", explicou Normando.
Em
determinado momento, ainda de acordo com o delegado, um dos criminosos
perguntou se o veículo tinha rastreador. "O médico respondeu que sim, mas
que não sabia desativá-lo muito menos onde ficava o dispositivo. Enfurecido, o
sequestrador ameaçou atirar nas pernas da médica caso Reginaldo não revelasse a
localização do rastreador. O médico pediu calma e insistiu dizendo que não
sabia, que não colocaria a vida da amiga em risco por causa de um carro. Foi
quando o criminoso parou o carro, isso já nas proximidades da entrada da cidade
de Monte Alegre, e ordenou que o médico desse R$ 50 para que o terceiro bandido
pudesse abastecer o Prisma e retornasse para Natal em busca de um bloqueador
para o rastreador. Naquele momento, para mim, ficou claro que os criminosos
estavam receosos de que pudessem ser seguidos, uma vez que estavam sendo
monitorados", ressaltou Normando.
"O
Prisma voltou para Natal e os criminosos, com o carro do médico, seguiram
adiante com as vítimas até uma região de canavial na região de Barra de
Camaratuba. Lá, com o passar do tempo, os criminosos ainda renderam dois
caçadores que passavam pelo local e tomaram as armas deles. Então ficaram dois
bandidos para quatro reféns. O tempo foi passando, foi escurecendo e nada do
sequestrador do Prisma retornar ou fazer contato. Foi quando os sequestradores
mandaram os dois médicos e os dois caçadores entrarem na mata. Eles foram se
afastando e os criminosos fugiram. A Toyota do médico também foi deixada para
trás. No final, levaram a aliança da doutora Carolina e R$ 350 do doutor
Reginaldo", acrescentou o delegado.
Normando
disse que os primeiros a serem encontrados foram os caçadores, que por serem da
região, deixaram os médicos juntos e foram atrás de socorro. "Quando a
polícia chegou, uma vez que já estava sabendo do sequestro e acompanhava o
monitoramento do veículo, foi fácil localizar o carro e em seguida achar os
médicos, que caminhavam numa estrada em meio ao canavial. Felizmente eles não
sofreram nenhuma agressão física e passam bem apesar do trauma".
Normando
disse que a polícia tomou conhecimento do sequestro logo após os médicos terem
sido levados de Jundiaí. "Quando foram levados, ficou tudo bagunçado no
local onde seria a aula de campo. Fomos comunicados e também procurados por
familiares. Em seguida, informamos o que estava acontecendo às polícias Civil e
Militar da Paraíba e começamos a trabalhar em conjunto. Aqui, tivemos apoio da
Divisão Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado, a Deicor,
e do setor de Inteligência da Polícia Civil da Grande Natal, a DPGran",
destacou o delegado de Macaíba.
G1
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