Brasil vive tríplice epidemia de vírus transmitidos pelo Aedes aegypti.
Com
91 mil casos de Zika, 802 mil de dengue e 39 mil de chikungunya, o Brasil vive
desde 2015 uma epidemia das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes
aegypti. “O Brasil vive uma tríplice epidemia dos três arbovírus. Ano passado
já vivíamos e ela continua”, disse ontem (26) o diretor do Departamento de
Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio
Maierovitch.
A
tendência, no entanto, é que as ações de combate ao mosquito, intensificadas em
janeiro, reduzam a incidência das doenças, segundo o diretor.
Dengue
Com
relação à dengue, em janeiro e em fevereiro deste ano o número de casos foi 50%
maior que no mesmo período de 2015. Porém, no fim de março os números foram
13,8% superiores na comparação com o ano passado, indicando a tendência de
queda. Ao todo, foram registrados este ano 802.429 casos prováveis de dengue,
com 140 mortes.
Apesar
do número de mortes ser inferior aos 427 de 2015, Maierovitch diz que outros
307 óbitos estão em investigação. “O número pode subir muito ainda na medida
que os óbitos em investigação tiverem seus exames concluídos. Grande parte dos
casos em investigação são confirmados”, explicou o diretor.
Os
casos são considerados suspeitos porque o ministério adota duas formas de
notificação. “Confirmamos por critérios laboratorial e por critério clínico
epidemiológico. Ou seja, se no local já tem confirmação laboratorial, os casos
com sintomas são registrados como casos prováveis e notificados”, disse
Maierovitch.
Mais
da metade das notificações de 2016 (463.807) ocorreram na Região Sudeste, com o
maior número de casos (278.071) registrados em Minas Gerais.
Zika
Foram
registrados 91.387 casos prováveis de infeção pelo vírus Zika de fevereiro – quando
a doença começou a ter a notificação obrigatória – até 2 de abril. Desse total,
7.584 gestantes tiveram provável infeção e em 2.844 grávidas o vírus Zika foi
confirmado. O Ministério da Saúde ressalta que nem todas as gestantes
infectadas terão filhos com microcefalia, malformação em bebês provocada pelo
vírus.
Segundo
Maierovitch, os casos de Zika registrados são muito inferiores à realidade, já
que muitos infectados não apresentam sintomas e em outros casos os sintomas são
muito leves e não levam a pessoa ao serviço de saúde.
O
diretor esclarece que é possível fazer comparações ou prever tendências com
relação ao Zika, já que, no ano passado, o registro da doença não era
obrigatório. Ao todo, foram registradas três mortes por infecção do vírus Zika
no país.
Chikungunya
Este
ano, até 2 de abril, foram notificados 39.017 casos prováveis de chikungunya.
Todos os estados do país registraram casos suspeitos da doença. No mesmo
período de 2015, foram 7.412 infecções.
Até
agora, as mortes por chikungunya em 2016 foram seis, mas os casos estão sendo
investigadas para saber se há outros fatores associados, já que, a princípio, a
doença tem poucos riscos de mortalidade.
“É
uma doença nova, é difícil prever o comportamento da curva [de incidência]
porque depende não apenas da presença do vetor e do vírus, mas da entrada do
vírus em novos municípios. Sabendo-se que a maior parte da população nunca teve
contato com o vírus e não tem imunidade, se ao longo de uma epidemia o vírus
entra em municípios grandes e regiões metropolitanas, nós novamente atingimos
novos picos de ocorrência”, explicou o diretor do ministério.
Agência
Brasil
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