Ex-presidente da FPF pediu a CBF doação para candidatura de filho em Sossego PB.
Afastada
do futebol desde abril de 2014, a empresária Rosilene Gomes, ex-presidente da
Federação Paraibana de Futebol (FPF), voltou a ser destaque nesta quarta-feira
(20) na imprensa nacional.
Há
dois anos, a juíza da 8ª Vara Cível de João Pessoa, Renata da Câmara Pires
Belmont, a afastou da presidência da FPF devido a fortes indícios de
irregularidades e descumprimento de regras estatutárias na eleição que a
reconduziu ao cargo.
Hoje,
em postagem no blog que assina no site dos canais ESPN, a jornalista Gabriela
Moreira revelou um polêmico e-mail do ex-presidente da CBF, José Maria Marin,
endereçado a Rosilene.
O
documento é de agosto de 2012, e nele o então mandatário do futebol brasileiro
responde negativamente a um suposto pedido de ajuda da empresária em relação a
uma doação da CBF à campanha do seu filho, Wagner de Araújo Gomes, que foi
candidato a prefeito de Sossego naquele ano.
Em
e-mail datado de 2012, do então presidente da CBF José Maria Marin, o dirigente
afirma que a entidade sofreu ação da Procuradoria Eleitoral por financiar
campanhas políticas. Na correspondência, Marin nega pedido da presidente da
Federação Paraibana de Futebol à época, Rosilene Gomes.
O
pedido era para que a entidade, que existe para cuidar dos interesses do
futebol brasileiro, “ajudasse” na campanha do filho da presidente à prefeitura
do município de Sossego, Wagner de Araújo Gomes.
Na
resposta, embora diga que tenha analisado com “disposição benévola”, Marin diz
que não poderia contribuir por recomendação jurídica e pela CBF ter sofrido
“ação em passado recente”.
O
e-mail foi enviado menos de um mês depois que o vice-presidente para a região
Nordeste, Gustavo Feijó, cobrava o recebimento de R$ 250 mil para a sua
candidatura à prefeitura de Boca da Mata, em Alagoas.
Na
ocasião, Feijó – que é o atual prefeito da cidade pelo PDT – dizia que já havia
recebido R$ 350 mil e que Ricardo Teixeira havia prometido financiar 30% do
orçamento total da campanha.
Apuração
de “Caixa 2”
O
filho de Rosilene não se elegeu prefeito. Teve apenas 950 votos, cerca de 37%
do eleitorado. À Justiça Eleitoral o candidato pelo partido DEM declarou bens
no valor de R$ 84,8 mil. Sossego é um município de pouco mais de 3 mil
habitantes e fica no semiárido da Paraíba.
O
email publicado nesta reportagem está em poder da CPI do Futebol, no Senado, e
consta do computador pessoal do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero,
apreendido pela Polícia Federal em 2012.
A
CPI vê indícios de “Caixa 2” praticado pela entidade, uma vez que a doação que
o prefeito afirma em email ter recebido não consta da prestação de contas do
candidato à Justiça Eleitoral.
Gustavo
Feijó nega que tenha recebido o repasse.
A
princípio, o blog não conseguiu contato com Rosilene Gomes, nem com seu filho,
Wagner Gomes. No entanto, após a publicação do post, Rosilene entrou em contato
e disse que não se lembrava da candidatura.
Depois,
afirmou “que nunca recebeu dinheiro algum de ninguém” e que saiu do futebol por
diversos problemas de saúde dela e de familiares. Ainda acrescentou que “nunca
se meteu com política” e que não sabe dizer se era comum a CBF fazer
contribuições financeiras a políticos.
Do
ParaibaOnline
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