Leitura de relatório do impeachment é concluída e começa prazo para votação.
O
senador Vicentinho Alves (PR-TO) foi designado pelo presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), e fez a leitura em plenário das conclusões do relatório do
senador Antonio Anastasia favorável à admissibilidade do processo de
impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Com
isso, o prazo de 48 horas para a votação do relatório em plenário começa a
contar e a previsão é que a sessão de análise da matéria seja iniciada na
próxima quarta-feira (11). Se a admissibilidade for aprovada pelos senadores, a
presidenta será imediatamente afastada por até 180 dias, enquanto o Senado
voltará a analisar no mérito se Dilma cometeu crime de responsabilidade e deve
ser definitivamente impedida.
A
restrição da leitura às conclusões do relatório provocou protestos por parte
dos senadores governistas. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) requisitou que
Alves fizesse a leitura completa do relatório e reclamou que a redução fere o
direito de defesa. “Por que essa pressa? Será que num processo dessa gravidade
os senadores não podem sentar e ouvir o relatório inteiro?”.
O
presidente, no entanto, manteve o procedimento de leitura e comunicou que as
cópias do relatório seriam entregues aos senadores para que todos pudessem ter
conhecimento do inteiro teor do documento.
Momentos
antes da leitura, Renan respondeu às questões de ordem apresentadas pela base
governista, que tinham a intenção de adiar a leitura e a votação do relatório
da Comissão Especial do Impeachment, e rejeitou todas.
Delcídio
A
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado adiou mais uma
vez a votação do parecer do relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) favorável a
cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), por quebra
de decoro parlamentar.
Os
senadores alegam que precisam ter conhecimento de novas informações
acrescentadas à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o
senador no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas como o presidente da CCJ, José
Maranhão, a informação de que o processo que seria adicionado ao caso do
Delcídio corre em segredo de justiça, ele informou que há condições para que a
reunião da comissão ocorra amanhã.
Marcada
para hoje (09), inicialmente a votação estava prevista para a última
quinta-feira, quando os senadores decidiram adiar para evitar possíveis
questionamentos judiciais que poderiam anular uma decisão da comissão.
Histórico
Delcídio
foi preso em 25 de novembro do ano passado, acusado de atrapalhar as
investigações da operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de
lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O senador foi flagrado oferecendo
dinheiro e um plano de fuga ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, para que
ele não fizesse acordo de delação premiada com o Ministério Público.
Afastado
do Senado desde fevereiro, após passar 87 dias preso, o senador entrou ontem
com um novo pedido de licença. Por motivos de “interesse pessoal”, ele
solicitou mais 100 dias não remunerados a contar a partir desta sexta-feira
(6). A licença não impede a tramitação do processo que pode levar a cassação do
mandato do senador.
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Com informações da Agência Senado
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