ATENÇÃO: Vereadores não vão ocupar o guia eleitoral nas eleições deste ano.
O
professor, jornalista e publicitário Emerson Saraiva comentou sobre novidades
nas eleições deste ano. Segundo
ele, uma das novidades é o fim da presença dos vereadores no horário eleitoral
gratuito.
Além
disso, neste ano haverá uma diminuição do tempo do horário do guia eleitoral, e
as emissoras de TV e Rádio vão interromper sua programação durante 10 minutos.
–
Agora, o horário só vai ser ocupado pelos candidatos a prefeito da segunda ao
sábado. Os vereadores vão ficar, apenas, nos horários das inserções. Além
daquele horário que para a programação para ter os programas eleitorais, tem
aquelas inserções que passam ao logo da programação e esse tempo das inserções
60% vai ser para os candidatos a prefeito e 40% para os candidatos a vereador
divididos em sessões de 30 e 60 segundos. A outra novidade é que neste ano não
vai poder fazer inserção de 15 segundos, que eram aquelas bem curtinhas –
explicou.
O
publicitário considera ser um prejuízo os vereadores não participarem do guia
eleitoral, porque parte da população utiliza o horário eleitoral para escolher
os candidatos, porém o horário vinha sendo mal utilizado, e candidatos não
falavam mensagens que contribuíam para escolha dos eleitores.
–
Isso é um reflexo, na verdade, da falta de cuidado, primeiro das coligações.
Essas coligações se dedicam, principalmente, a criar uma estratégia, uma
estrutura, dar todo o apoio mercadológico do ponto de vista do marketing ao
candidato a prefeito e os vereadores ficam soltos. Normalmente, quem conhece a
dinâmica da campanha sabe que quando o candidato a prefeito chega ao estúdio
para gravar já está com o texto pronto, já tem toda uma estratégia pronta, tem
um diretor para dirigir o que vai falar e grava quantas vezes quiser.
Os
vereadores a gente costumava falar, na brincadeira, de “cadeira de barbeiro”. O
vereador chega lá, ele mesmo leva seu texto, o pessoal coloca o texto no
teleprompter que é aquele aparelho que ler o texto na frente da lente da câmera
e o que o vereador levar vai para o ar – contou.
Emerson
diz que a mudança beneficia o candidato que é mais conhecido e prejudica os
menos conhecidos, porém há brechas que eliminam desvantagens. Também é possível
para pré-candidato a vereador divulgar sua imagem nas redes sociais e eliminar
a desvantagem se for feita de maneira inteligente.
O
parlamentar que não investir em trabalho profissional poderá ter um feedback
negativo e instantâneo, pois pode não ser levado a sério pela população e nas
redes sociais enfrentar críticas.
O
professor disse que o mercado de publicidade está atentando para o mercado da
propaganda política e marketing eleitoral, porém existem pessoas que utilizam o
mesmo método para todos os candidatos, que não fazem pesquisas e que não sabem
interpretar pesquisas porque não têm formação acadêmica.
–
Os candidatos que, de fato, quiserem investir em uma estratégia profissional
têm à disposição gente muito boa no mercado. Aqui em Campina, especificamente,
tem alguns profissionais muito bons. Se é candidato a vereador em Campina
Grande ou em alguma cidade circunvizinha, é interessante que observe o
histórico daquele profissional ou aquela equipe que está contratando, como foi
que trabalharam em campanhas anteriores e quais foram os candidatos que eles
trabalharam. A pior coisa que pode acontecer para qualquer político que entra
no processo eleitoral é sair desse processo menor do que entrou – disse.
Emerson
falou que, infelizmente, é praticamente impossível se eleger para vereador no
Brasil se não tiver recursos financeiros para fazer investimentos na campanha.
Entretanto, esclarece que há exceções.
–
Para ser candidato exige investimento, tem um custo e tem um valor que precisa
investir. No caso, por exemplo, de Campina Grande estamos passando por um
momento de transição. Hoje ainda vai ter uma maioria de candidatos que investem
boa parte da verba, que tem disponível para campanha, na estrutura de campanha
de rua. Aquela coisa da liderança e de ajudar pessoas. A gente sabe que, apesar
disso ser proibido pela legislação e ser claramente uma demonstração que o
candidato não muito tem compromisso com as pessoas, isso é a base eleitoral de
Campina Grande e da maioria das cidades aqui perto.
Se por um lado esse
investimento que se fazia sempre e garantia a eleição não está mais garantido
com grande certeza porque é como se a gente estivesse no mercado engarrafado,
ou seja, está em uma rua que tem 500 eleitores e mil candidatos. Os eleitores
que se prestam a negociar voto, de querer ajuda, de trabalhar a partir de
lideranças que negociam os votos das pessoas está diminuindo e tem uma parcela
da sociedade que está crescendo disposta a votar baseado na boa imagem do
candidato, nas propostas, nas técnicas de persuasão que ele utiliza e nas
estratégias de campanha – concluiu.
*As
informações foram veiculadas na Rádio Campina FM
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