Janot pede ao STF para aprofundar apuração sobre Renan, Jucá e Sarney.
A
Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal
(STF) autorização para aprofundar as investigações na Lava Jato envolvendo os
senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Jader Barbalho
(PMDB-PA) e Edison Lobão (PMDB-MA) e o ex-presidente da República José Sarney
(PMDB-AP). Os cinco integrantes da cúpula do PMDB foram citados na delação
premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Os
pedidos de Janot já estão sobre a mesa do ministro Teori Zavascki, relator dos
processos da Lava Jato no STF.
O
objetivo do chefe do Ministério Público é rastrear o caminho do dinheiro
desviado de contratos da Transpetro, que foi comandada por Sérgio Machado
durante doze anos, entre 2003 a 2014. Janot também pretende descobrir se a
propina movimentada pelo esquema de corrupção que atuava na subsidiária da
Petrobras está no Brasil ou no exterior.
Machado
fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República. Nas
negociações com o Ministério Público, ele entregou gravações que fez, em várias
ocasiões, com Renan, Jucá e Sarney. Nas gravações, eles discutem formas de
barrar o avanço da Operação Lava Jato.
Três
filhos do ex-presidente da Transpetro também assinaram acordo de delação
premiada com o Ministério Público Federal e estão colaborando com as
investigações.
Machado
contou aos procuradores da República que, para permanecer no comando da
subsidiária da Petrobras, negociava contribuições de campanha oficiais e não
oficiais para o PMDB com grandes empresas que tinham contratos com a
Transpetro.
De
acordo com o jornal "O Globo", Sérgio Machado disse que o dinheiro
repassado à cúpula do PMDB também servia para pagar despesas pessoais dos
caciques peemedebistas. Ainda segundo a publicação, o delator disse que
repassou R$ 70 milhões para Renan, Jucá e Sarney.
Deste
valor, informou o jornal, Renan teria ficado com R$ 30 milhões, Juca com
aproximadamente R$ 20 milhões e Sarney com outros R$ 20 milhões. A TV Globo
também confirmou as informações.
O
que disseram os envolvidos
Em
nota, Sarney afirmou que protesta, desmente e repudia a afirmação de Sérgio
Machado de que ele recebeu R$ 20 milhões. E ressalta a total falta de caráter
de quem foi amigo por mais de 20 anos, frequentando com assiduidade a casa
dele, almoçando e jantando com ele, e fazendo visitas frequentes.
No
comunicado, o ex-presidente da República ressalta que Machado teve a
"vilania" de gravar as conversas, até mesmo em hospital, o que revela
"o monstro moral que Sérgio Machado é". Sarney disse ainda que vai
processar o ex-presidente da Transpetro por "denunciação caluniosa",
pois, segundo ele, não existe qualquer envolvimento dele nos fatos investigados
pela Operação Lava Jato ou em qualquer outro ilícito.
O
presidente do Senado voltou a dizer que
nunca recebeu vantagens indevidas nem indicou qualquer pessoa para a Petrobras
ou para o setor elétrico. Renan disse também que sempre teve uma relação
respeitosa e de estado com Sérgio Machado.
A
defesa de Romero Jucá afirmou que não teve acesso ao conteúdo da delação de
Sérgio Machado e ressaltou que o senador do PMDB sempre negou qualquer
irregularidade.
Os
advogados de Sérgio Machado disseram que o acordo de delação premiada permite a
adesão de familiares, mas que não pode comentar o conteúdo das informações por
conta do sigilo do processo.
G1
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