Cagepa vai ampliar racionamento em Campina Grande e mais 18 cidades.
O
racionamento de água de Campina Grande e outras 18 cidades do Agreste
paraibano, que são abastecidas pelo açude Epitácio Pessoa, conhecido como
“Boqueirão”, vai ser ampliado ainda neste mês de junho. A informação foi
confirmada pelo gerente da Companhia de Águas e Esgotos do Estado da Paraíba
(Cagepa), Ronaldo Menezes, e a previsão é que as novas medidas sejam adotadas a
partir do próximo dia 18. Em Campina Grande, alguns bairros poderão ficar até
cinco dias sem água nas torneiras. Algumas cidades do sistema adutor do Brejo
terão água por apenas 48 horas a cada 15 dias.
Segundo
a Cagepa, Campina Grande vai ser dividia em duas zonas. A Zona 1 vai ter
abastecimento das 5h da segunda-feira até 23h59 da quarta-feira. Já na Zona 2 o
abastecimento vai ser das 5h da quinta-feira até 13h do sábado.
Entre
13h do sábado e 5h da segunda-feira não haverá água em nenhum local de Campina
Grande. Essa medida vai ser adotada a partir do dia 18 de junho.
De
acordo com o Ronaldo Menezes, alguns locais de Campina Grande podem ficar até
cinco dias sem água. “A cidade vai ser dividias em duas regiões, cada uma vai
ser atendida por três dias. Existem bairros mais altos que a água pode demorar
mais para chegar. Nos primeiros dias vamos observar tudo o que vai acontecer
para avaliar o que pode ser adaptado”, disse ele.
Sistema
adutor do Brejo
Ainda
segundo o plano apresentado pela Cagepa, as cidades do sistema adutor do Brejo
paraibano vão ser divididas em dois eixos. Na cidade de Lagoa Seca, que faz
parte do eixo 1, o abastecimento vai acontecer por 48h a cada 15 dias, sendo
das 13h da quinta-feira até 13h do sábado. Essa medida vai ser adotada a partir
do dia 21 de junho.
No
eixo 2 do sistema adutor do Brejo, que comporta as cidades de Alagoa Grande,
Matinhas e São Sebastião de Lagoa de Roça, o abastecimento vai acontecer por
48h a cada 15 dias, sendo das 13h da quinta-feira até as 13h do sábado. Essa
medida vai ser adotada a partir do dia 28 de junho.
Sistema
adutor do Cariri
Outro
sistema adutor que sofrerá mudanças é o do Cariri paraibano, que também será
divido em dois eixos. Nas cidades de Boqueirão, Boa Vista e Soledade, que
compõem o eixo 1 do sistema do Cariri, o abastecimento vai ser fornecido a cada
15 dias, da madrugada da segunda-feira até 17h da sexta-feira. Esse regime vai
ser adotado a partir do dia 18 de junho.
Já
no eixo 2 da adutora do Cariri, que comporta as cidades de Olivedos,
Juazeirinho, Pedra Lavrada, Seridó, São Vicente do Seridó, Cubatí e Cabaceiras
o abastecimento vai ser fornecido a cada 15 dias, da madrugada da segunda-feira
até 17h da sexta-feira. Esse regime vai ser adotado a partir do dia 25 de
junho.
Volume
do açude
Segundo
a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), o nível de
água do açude de Boqueirão, nesta quinta-feira (7) é de 8,4% da capacidade
total, que represente 34,8 milhões de metros cúbicos. Este é o pior nível da
história do açude, desde que ele teve a primeira sangria. O racionamento de
água nas cidades abastecidas pelo açude de Boqueirão acontece desde dezembro de
2014.
Volume
morto
Segundo
a Cagepa, o volume morto do açude de Boqueirão pode ser atingido a qualquer
momento. A previsão da companhia era de que isso tivesse ocorrido em dezembro
de 2015, mas o sistema adutor ainda continua eficaz. A companhia instalou
bombas de captação flutuante no açude.
“Sabemos
que está bem próximo, mas não temos precisão do dia, pois só usaremos o volume
morto quando o sistema convencional não conseguir mais captar a água. Isso deve
ser indicado quando a água começar a fazer um movimento de vórtice próximo ao
tubo de captação”, explicou ele.
Água
até janeiro de 2017
De
acordo com o gerente da Cagepa, Ronaldo Menezes, se as condições de chuvas não
melhorarem, os cálculos feitos pela companhia apontam que o açude Boqueirão
deve ter condições de continuar abastecendo a população até o fim do mês de
janeiro de 2017. O cálculo foi feito com base no uso de água para o
abastecimento e na evaporação da água.
“Quando
o nível chegar a 4,8%, que corresponde a 20 milhões de metros cúbicos, a
suspensão pode ser necessária pela qualidade da água, pois ela pode ficar
imprópria para consumo. Mas isto ainda não está claro, é apenas uma previsão
com base nas orientações da Agência Nacional das Águas (Ana). Com o
racionamento, por mês, Boqueirão está tendo uma vazão de 650 litros de água por
segundo. O normal era de 1500 litros a 1600 litros de vazão por segundo, a cada
mês. O cálculo da evaporação é feito com base nos dados históricos”, explicou.
Qualidade
da água
Para
avaliar a qualidade da água do açude de Boqueirão, a Cagepa instalou sondas
para aferir a presença de cianobactérias. As avaliações vão ser feitas todas as
quintas-feiras em laboratórios universitários. “Estamos contactando empresas e
profissionais para avaliação da qualidade da água, além de novas propostas de
tratamento da água, com o melhor custo e beneficio”, disse Ronaldo Menezes.
G1
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