Mãe chora ao relatar desespero em ver gêmeos serem mortos.
Acusado |
A
mãe dos gêmeos David Luiz e Lucas Felipe, de 11 meses, que morreram vítima de
espancamento em São Miguel do Araguaia, na região norte de Goiás, chorou ao
relatar, em entrevista exclusiva à TV Anhanguera, os momentos de desespero que
viveu ao ver os filhos sendo agredidos. O suspeito pelo crime, o vaqueiro
Antônio Ribeiro Matos, de 26, foi preso pela Polícia Militar na manhã desta
quarta-feira (10).
"Ele
[suspeito] arrebentou a porta e um dos meus filhos estava perto. Aí ele pulou e
eu corri para pegar meu filho que estava assustado. Aí ele já veio, percebeu
que eu estava saindo, veio por trás. Aí puxou meus cabelos e passou a faca. Já
foi pegando meu filho e o jogou no chão. Aí eu corri e fui acudir o David, que
estava caído, e ele foi pegou o Lucas e o jogou também. Quando eu fui acudir
eles, ele me deu a facada nas costas", contou, aos prantos.
Os
bebês foram mortos na madrugada da última segunda-feira (8), depois que o homem
arrombou e invadiu a casa onde Taís morava com as crianças. A jovem também foi
esfaqueada no rosto, pescoço e costas, mas foi socorrida e recebeu alta médica
no mesmo dia.
A
jovem pede que o suspeito do crime seja punido. "Meus filhos eram anjos,
inocentes, não sabiam do que estava acontecendo. Espero que ele pague pelo que
fez. Pague pior do que ele fez com meus filhos", disse Taís.
Prisão
De
acordo com André Medeiros, delegado responsável pelo caso, o pedido de prisão
contra o vaqueiro foi protocolado na Justiça na terça-feira (9). A motocicleta usada pelo suspeito para fugir
após o crime foi localizada pela polícia na fazenda onde ele trabalhava.
Nesta
manhã, uma equipe da PM localizou o vaqueiro na zona rural de São Miguel do
Araguaia. Ele será levado para uma delegacia em Porangatu.
Medeiros
disse que já ouviu Taís ainda no hospital onde ela estava internada. Conforme
relatou, ela ainda tentou defender os filhos das agressões. "Ela contou
que ele arrombou a porta, entrou com uma faca e partiu para cima dela,
atingindo-a no pescoço e no rosto. As crianças começaram a chorar e ela pegou
um deles no colo, mas o Antônio tomou o bebê e o jogo de cara no chão. Depois,
pegou o outro menino e fez do mesmo jeito. Ela tentou defendê-los, mas foi
esfaqueada outra vez", disse.
Taís
afirmou ainda que os dois filhos já caíram desacordados após as agressões, que
só cessaram quando vizinhos ouviram o barulho e acionaram a PM. Neste momento,
o vaqueiro fugiu. O homem deve responder por duplo homicídio qualificado e
tentativa de assassinato.
Motivação
do crime
De
acordo com a investigação, Antônio não aceitava o término do namoro, que havia
durado apenas um mês. A família havia reprovado o romance alegando que o
suspeito já tivera envolvimento com mulheres casadas. "Nunca teve nada
sério. Meu pai não aceitou o namoro, pois só eu cuido dele. Aí não tinha
como", disse Taís.
Diante
disso, ela se separou e começou a namorar um policial militar. Minutos antes do
crime, o agente estava com ela e viu Antônio passar de moto em frente a casa e
xingar a ex.
O
militar ainda ficou no local por algum tempo acreditando que Antônio não
voltaria, o que não aconteceu. Tanto ele como colegas de trabalho do suspeito
serão intimados a depor sobre o caso.
Aniversário
O
pai de David Luiz e Lucas Felipe, como se chamavam os meninos, pediu uma
punição ao suspeito, o qual chamou de "monstro". Ele afirma que no
próximo dia 17, os gêmeos completariam um ano de vida. O homem, que mora em
Goiânia, estava preparando a comemoração do aniversário.
"Tinha
contato com ela [mãe das crianças], conversava com os meninos pelo telefone.
Eles iam fazer um aninho. Eu ia vir de Goiânia para fazer uma festinha deles no
final de semana. Trouxe até um presente para eles", afirma Anderson Silva.
Taís
e o pai dos gêmeos viveram juntos por três anos, em Goiânia. Quando eles se separaram,
ela foi morar em São Miguel do Araguaia. "Eu sempre ligava para saber como
estavam os meninos. Eu sempre ia fazer o meu papel de pai", disse.
Durante
o enterro das vítimas, Anderson passou mal e teve de ser amparado por parentes.
G1
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