Paulo Solonca e seu legado para a igreja brasileira. Por Gomes Silva
Cada ser humano tem uma biografia
que não desaparece com seu fim aqui da terra. Ela será lembrada e contada
posteriormente por quem conheceu seu principal personagem de forma muita
próxima. Porém, alguns têm em sua história algo a mais para ser contado. É o
que se conclui quando se analisa a vida cristã, ministerial e familiar de Paulo
Romão Solonca – que se intitulava de “discípulo de Jesus Cristo”, condição esta
ratificada por pessoas que o conheciam.
Pastor, escritor, conferencista, pai
exemplar e um conselheiro que pautou sua vida pela ética e pelo compromisso com
a verdade do evangelho de Jesus Cristo. Paulo Solonca tornou-se um espelho para
a igreja evangélica, principalmente a brasileira que vive tão negligente em
áreas preponderantes, a exemplo da evangelização e discipulado com
responsabilidade.
Paulo Solonca dedicou maior parte de
sua vida à família, mas sem rasgar o coração para a evangelização, o
discipulado e o preparo de lideranças, pois compreendia que a igreja precisa de
pessoas preparadas e dispostas a cumprir o chamado de Deus.
Todavia, nem tudo da vida cristã de
Paulo Solonca está registrado. Contudo, sabe-se que o seu fervor pela
evangelização e pelo discipulado começou em 1973. Naquele ano ele reunia um
grupo de jovens na Rua Costa Barros, Vila Alpina-SP, para estudar, compartilhar
a Palavra de Deus e orar. Um ano depois, no dia 23 de dezembro de 1974,
aconteceu um culto solene no templo da I.B. de Casa Verde, ocasião em que foi
organizada a Igreja Batista Pedras Vivas, com trinta e três membros, incluindo
Paulo Solonca, já ordenado pastor daquela. Posteriormente, chegou a dirigir
diversas igrejas, sendo a mais conhecida a Primeira Igreja Batista de
Florianópolis da qual foi seu pastor titular pelo período de 17 anos.
Paulo Solonca era um apaixonado pela
vida abundante oferecida por Jesus, de quem se considerava um discípulo.
Acompanhou a evolução do tempo e da tecnologia, ampliou seus conhecimentos na
área teológica e os transmitiu com amor e relevo a outrem da mesma forma como
outro Paulo, o apóstolo, havia instruído o garoto Timóteo na sua missão
pastoral (2 Tm 2:1-4). Foi versátil na explanação do Evangelho de Jesus Cristo
e sempre se entusiasmou quando o assunto era o preparo de lideranças
comprometidas com o Reino de Deus que tão bem conseguia expressar através das
páginas dos livros que escrevera.
Chamado e vocacionado por Deus para
a missão de discipulador, Paulo Solonca encerrou seu período transitório aqui
na terra, onde deixou seu legado a ser seguido por aqueles que vislumbram – como
ele – dias melhores para a igreja que investe em discipulado e o bem-estar da
família. Não foi por acaso que ele disse: “Discipulado é um trabalho artesanal.
Não se produzem discípulos em série, nem em massa. Isto custa tempo, dedicação
e paciência”. Aliás, paciência era o que não lhe faltava.
Como escritor, Paulo Solonca
escreveu vários livros de reflexão espiritual e da série de Manuais para
Discipulado editado pela SOCEP (Sociedade Evangélica de Publicações); era
graduado e docente do Instituto Haggai do Brasil e colaborou com outros
ministérios como o TOPIC (Trainers Of Pastors International Coalition), AICP
(Aliança Internacional de Capacitadores de Pastores), além de sido um dos
fundadores da Associação de Discipuladores Cristãos - ADC.
Como conferencista, Paulo Solonca
foi era um dos mais proeminentes no Brasil. Conheceu centenas de grande
cidades, principalmente do Brasil. Uma delas é Campina Grande(PB), onde foi
palestrante do Encontro Para a Consciência Cristã nas edições de 2008, 2009,
2010 e 2011. Ali ele deixou sua marca de servo de Deus, transmitindo
conhecimento a centenas de pessoas que o ouviram atentamente. Não simplesmente
pelo acúmulo de conhecimento, mas pela maneira simples, calma e serena com que
explanava o conteúdo temático de cada conferência.
Paulo Solonca era um pensador. E uma de suas frases tornou-se conhecida na
internet: “A pessoa que decide parar para esperar que as coisas melhorem,
verificará mais tarde que aquele que não parou e colaborou com o tempo - está
tão longe que jamais poderá ser alcançado”.
Desta forma, Paulo Solonca deixa um
legado para a igreja: Compromisso com a pregação da palavra de Deus;
discipulado com qualidade, preparo e cuidado da liderança e atenção de forma
especial à família – a primeira instituição social criada por Deus.
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OBS: Paulo Solonca morreu no dia 12
deste mês em Florianópolis depois de lutar contra um “mieloma múltiplo”, um
tipo de câncer muito agressivo que ataca principalmente os ossos. Ele foi
palestrante do Encontro Para a Consciência Cristã, que é realizado em Campina
Grande-PB durante o período do carnaval.
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