Agricultores do RN afetados pela seca esperam pelo pagamento de seguro.
O
Garantia Safra é um seguro pago ao agricultor familiar quando ele perde parte
da lavoura, ou seja, uma ajuda num momento de necessidade. Mas no Rio Grande do
Norte, mais de 50 mil agricultores afetados pela seca esperam há meses pelo
benefício.
Todos
os dias, o agricultor Anísio Lisboa da Costa vai até o lote no assentamento
Quixaba, em Mossoró. Hoje, a área serve apenas para soltar os bichos, que
procuram alimento, cada vez mais raro.
Ele
espera agora o benefício do Garantia Safra destinado aos agricultores que
tiveram perdas na lavoura acima de 50% causadas pela seca. Os recursos para o
pagamento do seguro vêm dos governos municipal, estadual e federal, além do
próprio produtor. O benefício, de R$ 850, é parcelado em cinco vezes. A
primeira parcela deveria ter sido paga em agosto desse ano, mas o governo
estadual ainda não contribuiu com a parte dele.
Segundo
o secretário Estadual de Agricultura, Guilherme Saldanha, o governo pretende
pagar a contrapartida de R$ 5,2 milhões até o fim do ano.
Em
Mossoró, mais de 2 mil agricultores esperam o seguro, Mossoró é a cidade com o
maior número de inscritos no Rio Grande do Norte. João Batista guarda o
comprovante pago por ele em fevereiro, R$ 17, e mesmo sem saber quando vai
receber o benefício faz planos.
Em
Caraúbas, a situação é a mesma. No assentamento São José, Antônio Veríssimo
cuida de umas 70 ovelhas. Foi a única atividade que restou com a seca, mas sem
o pasto, manter os bichos é uma luta diária que custa caro.
A
incerteza dos agricultores do município é ainda maior. Cerca de 1,1 mil
trabalhadores do campo estão inscritos para receber o benefício do Garantia
Safra esse ano, mas além do atraso do governo, falta a contrapartida da
prefeitura, sem prazo para ser feita.
O
Secretário de Agricultura do município, Lucinaldo de Souza, diz que a
prefeitura está com dificuldade para pagar as contas e enquanto não há uma
solução, só resta ao agricultor esperar.
Se
o Garantia Safra tivesse sido pago no período certo, o agricultor estaria
recebendo em novembro a quarta das cinco parcelas de R$ 170.
G1/RN
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