Odebrecht assina acordo de leniência e pagará R$ 6,8 bilhões em multas.
A
Odebrecht, maior empreiteira do país, assinou hoje (1º) um acordo de leniência,
uma espécie de delação premiada de empresas, com a força-tarefa da Operação
Lava Jato. No acordo, além de revelar práticas ilícitas cometidas por
funcionários e diretores, a empresa compromete-se a pagar uma multa, cujo valor
gira em torno de R$ 6,8 bilhões.
Em
comunicado oficial, a Odebrecht pediu desculpas ao país e admitiu ter cometido
“práticas impróprias” em sua atividade empresarial. “Desculpe, a Odebrecht errou”,
diz o título do comunicado público. “Foi um grande erro, uma violação dos
nossos próprios princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e
ética”, diz o comunicado da empreiteira acusada pelo Ministério Público Federal
de participar do cartel que fraudava contratos da Petrobras.
No
documento, a Odebrecht pede ainda desculpas por não ter se retratado
publicamente antes. “Não importa se cedemos a pressões externas. Tampouco se há
vícios que precisam ser combatidos ou corrigidos no relacionamento entre
empresas privadas e o setor público. O que mais importa é que reconhecemos
nosso envolvimento, fomos coniventes com tais práticas e não as combatemos como
deveríamos”.
Pelas
regras para assinatura do acordo de leniência, as empresas ficam obrigadas a
colaborar com o Poder Público nas investigações, apresentando provas inéditas e
suficientes para a condenação de outros envolvidos em práticas ilícitas. Em
contrapartida, as companhias podem continuar assinando contratos com o Poder
Público, têm a extinção da ação punitiva da administração pública, ou redução
da penalidade que lhe seria imposta.
Para
o futuro, a Odebrecht disse, em nota, firmar compromisso em combater e não
tolerar a corrupção em qualquer forma, inclusive extorsão e suborno. Compromete-se,
ainda, “dizer não” a oportunidades de negócio que estejam atrelados a práticas
ilícita, a adotar princípios éticos, íntegros e transparentes no relacionamento
com agentes públicos e privados e “jamais invocar condições culturais ou usuais
do mercado como justificativa para ações indevidas”.
Ivan
Richard Esposito - Repórter da Agência Brasil
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