107 presos terão aumento na pena por causa de rebelião em Alcaçuz.
107 detentos do pavilhão 5
da Penitenciária Estadual de Alcaçuz terão suas penas aumentadas. Os presos
foram ouvidos neste sábado (28) e de acordo com a Polícia Civil serão autuados
de acordo com suas responsabilidades por posse de arma de fogo, posse de
drogas, dano qualificado, apologia ao crime, associação criminosa ou motim.
Alcaçuz foi palco de uma
rebelião que começou no último dia 14 e deixou, no mínimo, 26 detentos mortos.
“Esses 107 homens estão diretamente ligados com os crimes ocorridos dentro da
penitenciária”, explicou o delegado-geral de Polícia Civil, Claiton Pinho.
Ainda segundo o delegado, após a autuação, os detentos têm as penas acrescidas
de acordo com o julgamento do crime cometido.
A operação aconteceu após
a apreensão de um revólver, mais de 500 facas artesanais, celulares e drogas
nesta sexta-feira (27). Homens do Grupo de Operações Especiais (GOE) do governo
do Rio Grande do Norte e agentes federais de execução penal da força-tarefa
realizaram uma operação nos pavilhões 4 e 5.
A penitenciária está
dividida em duas. Para evitar que membros do PCC e do Sindicato do RN, facção
rival, circulem livremente pelos
pavilhões do presídio após diversas mortes confirmadas, contêineres provisórios foram instalados para separar os pavilhões
4 e 5 (do PCC) dos pavilhões 1, 2 e 3 (do Sindicato RN). Posteriormente os
contêineres serão substituídos por um muro de concreto.
O governador do Rio Grande
do Norte, Robinson Faria, afirmou nesta quarta-feira (25) que pretende
desativar a Penitenciária de Alcaçuz ainda este ano. Segundo ele, a construção
de três novos presídios permitirá a transferência dos presos da unidade.
"A construção de Alcaçuz naquele local foi um grande equívoco naquele
local, porque é uma área de geografia turística", afirmou Faria. Segundo o
governador, os três presídios serão feitos de forma modular, para adiantar a
entrega.
A maioria dos 22 mortos
que já foram identificados como vítimas da matança ocorrida em Alcaçuz ocorrida
entre os dias 14 e 15 passados respondia por roubo.
Operação Phoenix
O nome da operação
deflagrada nesta sexta em Alcaçuz é uma alusão a um pássaro da mitologia grega
que entrava em autocombustão quando morria, e passado algum tempo, renascia das
próprias cinzas.
A operação marca a entrada
em operação da força-tarefa de agentes federais de execução penal criada pelo
Ministério da Justiça em meio à série de rebeliões e mortes ocorridas em
prisões brasileiras. Um grupo de 78 profissionais chegou ao Rio Grande na noite
da última quarta.
Os agentes, de outros
estados, têm treinamento especial para atuação em casos específicos como
rebeliões, controle da população carcerária e intervenção em unidades
prisionais. O trabalho desses profissionais é acompanhado pelo Departamento
Penitenciário Nacional.
Inaugurada em 1998 com
foco na "humanização", a penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do
Norte, está sem grades nas celas desde uma rebelião em março de 2015. Com isso,
os presos circulam livremente e os agentes penitenciários se limitam a ficar
próximos à portaria. O complexo, no município de Nísia Floresta, na Grande
Natal, tem capacidade para 620 pessoas, mas abriga o dobro de presos.
G1
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