IMAGEM FORTE: Presos são degolados em Alcaçuz no RN. PM vai esperar amanhecer para intervir em rebelião.
Policiais militares e
agentes penitenciários vão esperar o dia amanhecer para entrar nos pavilhões da
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, onde acontece uma rebelião desde a tarde
deste sábado (14). "Pelo visual, podemos afirmar que pelo menos três
presos foram mortos. Deu pra ver as cabeças arrancadas”, afirmou Zemilton
Silva, coordenador de administração penitenciária do Rio Grande do Norte.
Alcaçuz é o maior presídio
potiguar. A área externa já está sob o controle das autoridades, segundo a
Polícia Militar. As saídas foram bloqueadas e o Corpo de Bombeiros está fazendo
barricadas no local.
“A intervenção é
impossível agora. No momento estão todos soltos lá dentro, e armados. Nossa
missão é evitar que ele saiam”, declarou o major Camilo, da PM.
Do lado de fora do
presídio, que está às escuras, se ouvem muitos tiros e é possível ver muita
fumaça. Segundo a Polícia Militar, a rebelião começou às 15h40, depois do
horário de visitas das famílias.
Os familiares dos presos
que estão no local dizem que detentos de Alcaçuz que não estão envolvidos na
rixa entre as facções estão pedindo socorro. Um grupo de mulheres das famílias
dos presos se reuniu e tentou furar o bloqueio, sem sucesso.
Alcaçuz fica em Nísia
Floresta, cidade da Grande Natal. A unidade possui cerca de 1.150 presos e
capacidade para 620 detentos, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania
(Sejuc).
A invasão
O major Eduardo Franco, da
comunicação da PM, disse que o motim começou por volta das 16h30 (horário de
Natal) e houve invasão de presos do pavilhão 1 no pavilhão 5, onde estão
internos de uma facção criminosa rival. Ainda não há confirmação de fuga.
Zemilton Silva disse ainda
não saber se os presos dos outros pavilhões também se rebelaram. O chamado
pavilhão 5 é o presídio Rogério Coutinho Madruga, que fica anexo à Alcaçuz, em
Nísia Floresta. Há separação entre presos de facções criminosas entre esses dois
presídios. A penitenciária de Alcaçuz tem cerca de 1150 presos e capacidade
para 620 detentos, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc).
Policiais militares e
agentes penitenciários vão esperar o dia amanhecer para entrar nos pavilhões de
Alcaçuz. A área externa do presídio já está sob o controle das autoridades,
segundo a Polícia Militar. As saídas foram bloqueadas e o Corpo de Bombeiros
está fazendo barricadas no local.
O Sindicato dos Policiais
Civis do RN emitiu nota na noite deste sábado pedindo a todos os policiais que
fiquem em alerta para uma possível onda de ataques por parte de bandidos.
"Isso porque existem informações vinda de presídios dando conta de um
salve geral dos presos no Rio Grande do Norte e em outros estados. Inclusive, a
penitenciária de Alcaçuz já está com os presos rebelados e outras unidades
estão em tensão. Pedimos que os colegas fiquem com atenção redobrada, estando
de serviço ou de folga", afirma Paulo César de Macedo, presidente do
Sinpol.
A Secretaria de Estado da
Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) emitiu nota na noite deste sábado
informando que montou o Gabinete de Gestão Integrada (GGI) para executar as
ações a serem empregadas na rebelião do presídio de Alcaçuz. "Já estão no
local o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), o Batalhão de Choque e a Força
Nacional para evitar mais confrontos e controlar a situação. Há registro de mortes resultado de uma briga
entre facções rivais".
Rebeliões
A última rebelião em
Alcaçuz foi registrada em novembro de 2015. No dia daquele mês, houve
quebra-quebra após a descoberta de um túnel escavado a partir do pavilhão 2.
“Assim que acabou a visita social, por volta das 15h, os presos se amotinaram”,
disse o secretário de Justiça da época, Cristiano Feitosa.
Fugas
No ano passado, foram
registradas 14 fugas de Alcaçuz. Mais de 100 presos conseguiram escapar do
presídio. A maioria deixou o presídio por meio de túneis escavados a partir dos
pavilhões ou por buracos abertos no pé do muro, sempre sob uma guarita
desativada ou sem vigilância.
G1
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