Trabalhadores morreram por asfixia em poço na Paraíba, confirma Numol.
Vítimas |
Asfixia foi a causa da
morte de quatro pessoas durante a limpeza de um poço em Barra de São Miguel, no
Cariri paraibano, na quinta-feira (12). O resultado do exame cadavérico das
duas últimas vítimas foi anunciado pelo Núcleo de Medicina e Odontologia Legal
(Numol) de Campina Grande, na tarde desta sexta-feira (13). Pela manhã, o órgão
já tinha confirmado o motivo da morte de outras duas.
Apesar do motivo da morte
ter sido asfixia, o laudo ainda não indica se a asfixia ocorreu por falta de
oxigênio no poço ou se foi provocada por inalação de gases tóxicos, conforme a
hipótese inicial do Corpo de Bombeiros. O corpos foram liberados durante a
tarde.
De acordo com o diretor
técnico do Numol de Campina Grande, Márcio Leandro, o laudo com todos os
detalhes da morte deve sair no prazo de até 10 dias, podendo ser prorrogado por
até 30 dias, “No laudo apontamos a causa da morte como “Asfixia – a definir”
pois precisamos saber como essa asfixia ocorreu, se foi por falta de oxigênio
tendo em vista que o local era apertado, ou se havia a concentração de gases
dentro do poço. Fizemos uma coleta de material nos corpos e também enviamos
equipes para uma nova perícia nesta sexta-feira” explicou ele.
Pânico
e escoriações
Outro detalhe que chamou a
atenção do Numol durante os exames é que os corpos das vítimas apresentavam
pequenos ferimentos e ranhuras.
O diretor Márcio Leandro
acredita que estes ferimentos foram provocados em um momento de desespero entre
as vítimas, quando elas estavam morrendo.
“Por causa do processo de
asfixia, as vítimas devem ter entrado em pânico. Esses ferimentos pode ter sido
provocados no momento em que eles tentavam subir o poço e ficaram
inconscientes, tanto na tentativa desesperada de subir, ou quando caíram
inconscientes”, explicou ele.
Hipótese de gases tóxicos
Gases tóxicos podem ter
sido a causa da morte dos quatro homens que faziam a limpeza do poço em Barra
de São Miguel. A informação foi repassada pelo Tenente Rogério, do Corpo de
Bombeiros. Das outras quatro pessoas que foram socorridas e levadas para
atendimento médico após passar mal, três receberam alta do Hospital de Emergência
e Trauma de Campina Grande, para onde tinham sido encaminhadas.
As mortes
O incidente ocorreu na
tarde de quinta-feira (12) , quando as vítimas estavam trabalhando dentro dos
poços. As primeiras informações da Polícia Civil são de que os homens teriam
tido um mal estar no momento em que faziam a limpeza dos locais.
Para o Tenente Rogério, do
Corpo de Bombeiros a possibilidade mais plausível neste momento é que os trabalhadores
tenham sido intoxicados. "Num poço dessa profundidade é comum encontrarmos
gases tóxicos no fundo e pode ter acontecido dos trabalhadores terem inalado
esse gás e perdido a consciência" explicou.
A Polícia Civil, que
investiga o caso, trabalha ainda com outras hipóteses para explicar a morte dos
trabalhadores. A primeira seria que a água dos poços estaria envenenadas por
agrotóxicos e as vítimas teriam sido contaminadas. A segunda hipótese é de que
os homens podem ter sofrido falta de oxigênio, já que o poço tem cerca de 10
metros de profundidade.
Os quatro homens que
sobreviveram ao incidente foram encaminhadas para o Hospital de Emergência e
Trauma de Campina Grande. As vítimas chegaram conscientes e ficaram sob
observação. Três delas receberam alta hospitalar ainda na noite de quinta. De
acordo com a unidade de saúde, o único trabalhador internado tem previsão de
alta nesta sexta-feira (13).
G1
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