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Prefeito de Picuí participa de evento em Campina Grande com especialistas dos EUA onde debaterão experiências bem sucedidas sobre gestão de águas.

Prefeito de Picuí Olivânio Remígio (PT)
Em meio a uma das maiores crises hídricas vividas na Paraíba, uma das estratégias tem sido encontrar a melhor forma de como gerir os poucos recursos hídricos. Com o objetivo de ajudar a encontrar medidas que evitem possíveis colapsos d'água, especialistas e técnicos do Colorado, nos Estados Unidos, estão trazendo experiências de gestão das águas para compartilhar com gestores de 160 municípios da Paraíba. Encontro acontece na Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), nesta quarta-feira (15) e quinta (16).

Entre os palestrantes, esta o secretário de agricultura do Colorado, Don Brown, que explicou como o ocorre o uso da água no estado. Segundo Brown, água é sinônimo de ouro, por ser fundamental na sobrevivência humana e que, por isso, entre os anos 1960 e 1980 “houve uma melhora na estrutura dos reservatórios para que a captação de água passasse a ser mais eficiente. Outra medida foi a irrigação circular, que pode abranger um maior número de plantação e evitar perdas”, disse.

No Colorado, como explica Brown, o sistema de distribuição de água é extremamente rígido. A disponibilização de água é feita de acordo com a necessidade de cada usuário. Para a irrigação, a quantidade de hectares vai definir quanto de água o usuário vai receber por ano, pagando um valor que chega a U$ 20 mil. Já para os domicílios, a quantidade de água também vai variar anualmente. “Caso a pessoa gaste a quantidade máxima em menos de um ano, só terá água no ano seguinte”, acrescentou.

Para o diretor da associação responsável pela distribuição de água, a Geral Northern Colorado Water Conservancy District, Eric Wilkinson, um fator fundamental para que crises hídricas não atinja a região é justamente a conscientização das pessoas. “Existe um processo de pedido de água. É como se fosse uma conta bancária, que chega uma hora que esvazia. Por causa desse limite, muitos acabam se conscientizando e usando de forma racional”, pontuou.

O diretor de outra distribuidora de água, a Geral North Sterling and Prewitt Reservoins, Jim Yahn, explicou que os órgãos não são ligados ao governo e que os diretores são nomeados pelo judiciário. Na visão dele, a água “é o bem mais precioso que se pode ter”, acrescentando que um distrito não pode abastecer outros distritos.

O presidente da Fiep, Francisco Buega Gadelha, pontuou que há uma possibilidade de essas estratégias serem implantadas na Paraíba e que os comitês de bacias hidrográficas funcionariam como os distritos funcionam no Colorado. Buega também elogiou o fato de que no Colorado há uma especie de racionamento durante todo o tempo, não só quando os reservatórios estão em situação critica. “O diferencial é que aqui há uma intervenção do governo”, acrescentou.


Prefeitos podem ajudar na gestão dos recursos hídricos

Considerados os agentes fundamentais para a boa gestão das águas, os prefeitos também estão participando das palestras para acompanhar as estratégias e encontrar a melhor forma de ajudar o Governo do Estado a gerir os recursos hídricos nos municípios.

Para o prefeito de Picuí, no Seridó do Estado, Olivânio Remígio (PT), participante do evento, os gestores municipais devem participar e atuar na gestão das águas. “Passamos muito tempo fora desse debate. Tudo vinha sido articulado e executado pelas entidades não governamentais. Devemos articular, na região do semiárido, a produção de alimentos e manter o rebanho animal. Os prefeitos ainda não acordaram para isso”, frisou.

Em Picuí, a água não chega às torneiras há oito meses e os moradores são abastecidos por carros-pipa. “Estamos com uma grande dificuldade de encontrar água doce com boa qualidade e quantidade suficientes para abastecer a população da região”, disse o prefeito, acrescentando que existem 18 pontos de abastecimento na cidade, entre chafariz e caixas-d'água.



Com Jornal da Paraíba

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