Carne Fraca: Ministério afasta 33 servidores suspeitos de envolvimento.
O secretário executivo do
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Eumar Novaki, disse nesta sexta-feira
(17) que as fraudes no processamento de carnes por algumas das maiores empesas
do ramo alimentício do país, como JBS, BRF e Peccin, identificadas pela Operação Carne Fraca, são um “fato isolado” e que os
consumidores podem “ficar tranquilos”.
Segundo o secretário, 33
servidores do órgão já foram afastados. De acordo com Novaki, a “maquiagem” de
produtos vencidos foi verificada em carne de frango, mortadela, salsicha e há a
suspeita de carne bovina. A fraude foi confirmada na unidade da BRF da cidade
de Mineiros (GO) e nos frigoríficos de Jaguará do Sul (SC) e Curitiba, da
empresa Peccin Agroindustrial. Os três estabelecimentos foram fechados pelo
Ministério da Agricultura e passarão por “inspeção rigorosa”.
“São 21 SIFs [Serviço de
Inspeção Federal], de quatro grupos econômicos, de um universo de 5 mil
estabelecimentos. Isso demonstra que não é um fato cotidiano, mas um fato
isolado, que não representa, de modo algum, a postura do Ministério da
Agricultura”, afirmou Novaki. Segundo o secretário, em até 15 dias, o
ministério apresentará um diagnóstico “preciso” sobre os produtos
comercializados pelas empresas investigadas.
Mesmo afirmando que os
consumidores podem ficar tranquilos quanto à procedência dos produtos, o
secretário recomendou que a população fique atenta a possíveis sinais de má
conservação. De acordo com Novaki, o ministério está atuando para
identificar e retirar do mercado lotes de produtos adulterados.
“O queremos dizer para a
população é que fique absolutamente tranquila. Nosso sistema de fiscalização é
um dos mais respeitados do mundo. Se perceberem qualquer problema, comuniquem
ao Ministério da Agricultura, que tomaremos a providências.”
O secretário afirmou ainda
que o ministério já vinha, desde o ano passado, tomando medidas para evitar
falhas no processo de fiscalização e inspeção. Ele ponderou, no entanto, que é
impossível impedir desvios individuais.
“Desde que chegamos, o
ministro Blairo Maggi determinou que uma série de procedimentos fossem
reestudados e mudados, entre eles, o de inspeção. São 33 servidores, em um
universo de 11 mil do ministério, e de 2,3 mil da área de inspeção”, comparou.
Apesar das fraudes
identificadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, Novaki
assegurou que o sistema de vigilância sanitária brasileiros é “consolidado”,
“robusto” e “aprovado por inspeções internacionais”. “Nenhum sistema está livre
de má índole. Se tem uma pessoa operando com segundas e más intenções, haverá
falhas. Estamos trabalhando para evitar fraudes”, disse.
Ao pedir que a população
denuncie qualquer suspeita de produtos estragados ou com más condições para o
consumo, o secretário não descartou a possibilidade da ocorrência de novas
operações. “Novas operações poderão vir
porque tudo que estamos detectando de irregularidade no ministério estamos
tomando providências administrativas e encaminhando para o Ministério Público e para a PF.
Estamos tomando as medidas para que isso não se repita no futuro.”
Exportações
Perguntado sobre o
possível impacto nas exportações, já que o Brasil é o principal exportador de
carne do mundo, o secretário executivo do Ministério da Agricultura disse que
os países compradores também fiscalizam os produtos. Além disso, Novaki
reiterou que os “fatos isolados” não podem comprometer toda a cadeia.
“Os produtos brasileiros
estão presentes em mais de 150 países, e isso demonstra a qualidade dos
produtos produzidos no país. Cada um dos países tem seu sistema de vigilância
que atesta os produtos quando lá chegam. Portanto, se tiver problema, isso será
acionado e será resolvido, e aquilo não será entregue.”
Agência Brasil
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