Odebrecht delata R$ 21 Mi e TSE já pode cassar Temer.
O Tribunal Superior
Eleitoral já tem elementos para cassar Michel Temer da presidência da
República.
Isso porque, em depoimento
ao ministro Herman Benjamin, o ex-diretor da empreiteira, Alexandrino Alencar,
disse que a chapa Dilma-Temer recebeu R$ 21 milhões em espécie, na disputa
presidencial de 2014.
O dinheiro teria sido
usado para comprar o apoio de partidos políticos como PRB, Pros, PCdoB e PDT.
Em entrevista publicada
nesta quinta-feira, Benjamin sinalizou que votará pela cassação de Temer, uma vez
que a chapa não pode ser dividida.
Se esse cenário se
confirmar, o Brasil poderá ter eleições indiretas em 2017 ou diretas, caso seja
aprovada alguma emenda constitucional com esse propósito.
Em
depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandrino Alencar,
ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, afirmou que operacionalizou
a entrega em espécie de R$ 21 milhões de caixa dois para três partidos aliados
da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014.
A
maioria dos recursos foi entregue em hotéis e flats em São Paulo, segundo ele.
Os partidos beneficiados foram, de acordo com o depoimento, PRB, Pros e PC do
B. Ao todo, contou o delator, cada um recebeu R$ 7 milhões. Ele menciona ainda
mais R$ 4 milhões para o PDT, mas disse que outra pessoa da Odebrecht cuidou
desta parte.
Pelo
PRB, o interlocutor, relatou o delator, foi o atual ministro de Indústria e
Comércio, Marcos Pereira. "Pelo PROS, o meu interlocutor foi o presidente
do PROS, Eurípedes Junior; pelo PCdoB, foi o senhor chamado Fábio (...), que é
de Goiás aqui; e pelo PRB, o atual Ministro Marcos Pereira, que era presidente
do PRB", disse.
A delação de Alexandrino
Alencar, ex-diretor da Odebrecht, relata em detalhes como a empreiteira
participou da compra de tempo na TV para a campanha de Dilma Rousseff em 2014.
Alexandrino contou aos
procuradores em sua delação já homologada que, a pedido de Edinho Silva, então
tesoureiro da campanha, deu a três partidos um total de RS$ 21 milhões (R$ 7
milhões para cada um) no caixa dois.
Um partido de esquerda
(PCdoB), um de direita (Pros) e outro do alto (ou do céu, o PRB, o apêndice
partidário da Igreja Universal).
Ou seja, o PT terceirizou
a um executivo da Odebrecht a compra de tempo de TV de partidos que se tornaram
aliados.
Com o PRB, dono de 1m1s de
tempo na TV por dia, foram três reuniões na própria sede da Odebrecht, em São
Paulo. Todas elas com o presidente do partido e atual ministro da Indústria e
Comércio, Marcos Pereira.
Também na Odebrecht reuniu-se
com o representante do PCdoB, Fábio Tokarski, que em 2014 foi candidato a
deputado federal pela legenda, mas foi barrado pela Lei da Ficha Limpa. O PCdoB
tinha direito a 1m12s por dia no horário gratuito — tempo vendido para a chapa
PT/PMDB, segundo Alexandrino.
E, finalmente, com
Euripedes Júnior, dono do Pros e de 45 segundos por dia de tempo na TV e no
rádio, o encontro para acertar o caixa dois foi num hotel em frente ao
aeroporto de Congonhas (SP).
Brasil 247
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