Para quem filtra um mosquito e engole um camelo. Por Ranieri Ferreira.
O Partido dos
Trabalhadores nasceu da vontade popular e subiu ao poder para representar o
povo. Mas o PT não alcançou o governo sozinho. O Congresso Nacional fica ao
lado do Palácio do Planalto e, lá, tem 513 deputados e 81 senadores.
Para governar para o povo
o partido precisou fazer uma composição com quem o povo instalou no poder,
junto com ele.
O resto da história todos
nós sabemos. E sabemos também que ela é uma realidade que quase não encontra
resistência nos municípios brasileiros.
Eu tenho orgulho do PT
autêntico, que nasceu de bases populares. Que cresceu nas escolas públicas e
nas universidades brasileiras. Que lutou pelos direitos dos operários e reduziu
o número de marginalizados no país.
O povo compreendeu a
lógica do PT que governa Picuí. Nosso município é o único do estado que tem uma
prefeitura petista, nos moldes autênticos do partido.
O Brasil não vai mudar de
cima para baixo. A mudança substancial do país deve começar nos municípios.
Nosso maior problema não
está no atacado. Está no varejo.
Note que quem mais ataca o
PT é quem construiu prédios públicos que põem em risco a vida de seus
frequentadores. É quem fez açudes que poderão causar uma tragédia em breve, se
a administração não conseguir recursos suficientes para refazer essas obras.
Quem mais fala do PT é
quem tem uma cadeira de deputado obtida com o uso exclusivo e descarado do
patrimonialismo.
Patrimonialismo é um nome
bonito para a arte de inserir, no inventário particular, os bens que são
públicos.
Eu sou do PT que
construiu, com apoio dos movimentos sociais e dos próprios beneficiários,
inúmeras cisternas de placas que melhoraram a qualidade de vida das pessoas que
moram no campo. Só sabe o valor de uma cisterna, quem mora longe de um sistema
adutor.
Eu sou do PT que valorizou
e interiorizou a universidade pública. Sou do PT que, no governo, fez a máquina
crescer através de concursos públicos isentos.
O PT do qual faço parte é
o que combate a corrupção. Minha luta para mudar a nossa realidade passa pelo
retorno do PT à sua origem.
Uma obra idealizada no
tempo do Império só encontrou força política para virar realidade num governo
do PT.
Não podemos esquecer isso.
Nem muito menos admitir a latomia incoerente de bandidos municipais que, ao
apontar o dedo sujo para o PT, cumprem o triste destino de “filtrar um mosquito
e engolir um camelo”.
Cabe ao pequeno bandido,
esse que chafurda a vida dos cidadãos nas pequenas localidades, olhar a trave
que está nos seus olhos.
O povo não precisa da
interpretação de quem rouba e aponta na direção dos outros. De quem apoia
político que constrói obras que despencam com a brisa e o sereno da madrugada.
Nem muito menos de quem combate o PT tendo utilizado dinheiro público para
pagar contas pessoais contraídas nas noitadas e nas mesas de jogo.
O povo que não aceita os
desmandos em Brasília é o mesmo que não suporta a playboyzada que obtém, nas
câmaras municipais, a fonte de recursos para a sua luxúria.
Fica o meu repúdio à
corrupção, ao patrimonialismo e à desfaçatez dos que roubam no varejo e se
indignam no atacado.
Fica também o meu
reconhecimento pelas conquistas sociais que os melhores quadros do PT,
incluindo Lula e Dilma, conseguiram para mudar a cara do Brasil para melhor.
Ranieri Ferreira
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