Por que Lula e Dilma vão à inauguração popular da transposição do São Francisco?
Os
ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (foto), estarão neste domingo
(19) em Monteiro, na Paraíba, para participar da “Inauguração Popular da
Transposição do São Francisco: A celebração das águas”. Na mesma ocasião, os
receberão da Assembleia Legislativa da Paraíba a “Medalha Epitácio Pessoa”, a
mais importante honraria do parlamento estadual. Os deputados estaduais
decidiram por conceder a medalha ao ex-presidente em uma votação que foi de 26
a zero em favor da entrega do prêmio, e cinco abstenções.
Mas
por que, se a transposição está sendo concluída agora, durante o governo de
Michel Temer, são Lula e Dilma os que são lembrados e homenageados ao fim da
empreitada?
É
porque foi Lula o único presidente da República que tirou do papel a gigantesca
obra, pensada para reduzir os problemas gerados pela seca no sertão nordestino,
que era planejada desde os tempos do Império. E porque foi Dilma quem deu
continuidade ao projeto ao suceder Lula na presidência. De fato, no exato dia
em que o Senado Federal votava relatório do processo que visava afastar a
presidenta legitimamente eleita, dia 6 de maio do ano passado, Dilma visitava
as obras da transposição em Cabrobó (PE), e certamente teria concluído a
empreitada não tivesse sido apeada do poder por políticos que fingiam estar
combatendo a corrupção.
Afinal,
com investimento previsto de R$ 9,6 bilhões do Orçamento da União, o projeto de
integração do São Francisco teve, até abril de 2016, R$ 7,95 bilhões
executados. Isso significa que nada menos do que 86,3% da obra estavam
concluídos até abril do ano passado, quando havia 10,3 mil trabalhadores nos
canteiros das obras.
Um
projeto desta importância, envergadura e complexidade, só poderia ter sido
encampado por uma administração que de fato valoriza a economia, a cultura e
povo do Nordeste brasileiro. Outros presidentes chegaram a esboçar planos para
tirar a obra do papel, mas nunca passaram disso.
O
último a tentar foi Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), do PSDB. O estudo do
Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, do governo federal)
“Histórico da construção do projeto da Transposição do rio São Francisco”
relata: “A partir de 1995, no decorrer dos dois mandatos presidenciais de
Fernando Henrique Cardoso, novas versões do projeto foram apresentadas, entre
elas uma da equipe da Secretaria Especial de Políticas Regionais, uma do
Ministério da Integração Nacional (MI) e outra da Companhia de Desenvolvimento
do Vale do São Francisco (CODEVASF). Por motivos diferentes, nenhum desses projetos
foi levado adiante.”
Mas,
com Lula, o projeto foi adiante. E, com Dilma, não tivesse sido a presidenta
eleita retirada do cargo antes do período previsto na legislação eleitoral, a
obra teria sido concluída. Agora, as águas do "Velho Chico" estão
começando a irrigar o sertão.
A
obra de transposição do São Francisco é um feito único e histórico no Brasil.
Os aquedutos que somam 477 quilômetros de extensão vão garantir abastecimento a
12 milhões de habitantes que vivem em 390 municípios dos estados de Pernambuco,
Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
O
povo desses estados sabe quem são os responsáveis por este feito sem
precedentes. Eles estarão lá neste domingo, para celebrar com a população os
frutos de seus imensos esforços.
Com
Assessoria
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