Cantor Victor é indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais.
O cantor Victor (foto), da dupla
Victor & Léo, foi indiciado por agressão, de acordo com a Polícia Civil de
Minas. A conclusão do inquérito foi divulgada nesta terça-feira (4). Poliana
Bagatini Chaves, que tem 29 anos e está grávida, prestou queixa contra o
marido, de 41 anos, no dia 24 de fevereiro. Em depoimento, o cantor negou ter
agredido a mulher.
"A Polícia Civil,
diante das provas coletadas, concluiu pelo indiciamento de Vitor Chaves pela
contravenção penal prevista no artigo 21, do Decreto Lei 3.688, vias de fato,
conforme demonstrado no laudo pericial das imagens das câmeras de segurança do
prédio e pelo depoimento da vítima", afirmou em nota oficial.
O G1 entrou em contato com
a assessoria de imprensa do cantor e aguarda retorno. O empresário dele não foi
localizado nesta terça-feira (4). O advogado dele, Felipe Martins, disse que
ainda não teve acesso à conclusão da investigação e que, por enquanto, não vai
se posicionar.
A investigação foi
conduzida pela delegada Danúbia Quadros, chefe da Divisão Especializada no Atendimento
à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência (Demid) de Belo Horizonte. Ela
aguardava perícia das imagens do circuito de segurança do prédio do casal para
concluir o inquérito. A polícia não deu detalhes sobre o laudo.
Parte dos fatos teria
ocorrido no elevador do prédio. "Segundo a versão da vítima, ele [cantor]
empurrou a mesma ao chão e desferiu alguns chutes no elevador”, informou a
delegada durante a investigação.
Em 13 de março, a delegada
divulgou que o exame de corpo de delito de Poliana foi negativo para lesão
corporal, isto é, não havia comprovação de lesões aparentes. Contudo, este
resultado não descartava a possibilidade de agressão sem deixar marcas.
Na data, Danúbia afirmou
também que, de acordo com as declarações prestadas por Victor em depoimento um
dia antes, houve um desentendimento familiar com a mulher, causado pelo fato de
ele ter levado a filha para o apartamento da mãe dele, que fica no mesmo
prédio. Conforme a delegada, o artista disse que a mulher teria ficado muito
nervosa com a situação.
“Segundo o investigado,
para contê-la pelo fato de ele estar muito preocupado de ela sair naquele
estado e levar a bebezinha de um ano e um mês, ele teve que contê-la para
evitar um prejuízo maior para a filhinha. Segundo ele, ele não agrediu a
vítima. Segundo ele, ele não chutou a perna da vítima, não empurrou a vítima ao
chão”, contou a delegada sobre o depoimento prestado em 12 de março.
Ainda conforme a delegada,
no dia 24 de fevereiro, Poliana procurou uma delegacia. Entretanto, ela não
aguardou o atendimento, alegando que estava com pressão baixa. Segundo a
delegada, Poliana retornou no dia seguinte para prestar declarações e também
apontou o fato de o marido ter levado a filha na casa da sogra como a causa do
desentendimento. A polícia continuou investigando o caso, porque, segundo a Lei
Maria da Penha, registros de agressão independem de representação para serem
apurados.
Contravenção
penal
O advogado Adilson Rocha,
doutor em criminologia, disse ao G1 que contravenção penal não é considerada
crime e que tem função preventiva – ao contrário do crime que tem função
repressiva. Ainda de acordo com Rocha, a contravenção penal tem potencial
ofensivo, como bate-boca, empurrão e tapa no rosto, por exemplo, mas que é um
tipo de agressão que não deixa lesões, marcas corporais, porque é inferior à
lesão corporal.
O advogado disse que,
normalmente, nesses casos faz-se apenas um Termo Circunstanciado de Ocorrência
(TCO) e a pena costuma ser a prestação de serviço à comunidade ou o pagamento
de cestas básicas. O especialista explicou que a condenação à prisão é muito
rara e que a pena prevista para esses casos é de 15 dias a três meses de
reclusão.
Entenda
o caso
No dia 24 de fevereiro,
Poliana Bagatini Chaves foi a uma delegacia, em Belo Horizonte, e fez uma
queixa contra o marido Victor Chaves, de 41 anos. De acordo com o boletim de
ocorrência, Poliana disse que foi agredida por Victor por motivos fúteis no
prédio do casal, que foi jogada no chão e recebeu vários chutes. Afirmou que,
depois das agressões, foi impedida de sair do local por um segurança e pela
cunhada.
No mesmo dia, a mãe de
Victor também prestou queixa na polícia e deu outra versão. No segundo boletim
de ocorrência, ela disse que Poliana foi ao apartamento dela transtornada e de
forma agressiva fez ameaças e quebrou vários objetos.
No dia, Marisa Chaves
afirmou aos policiais que a irmã do cantor tentou acalmar Poliana e que Victor
segurou o braço da mulher, pedindo que se acalmasse. Marisa afirmou que a nora
se atirou no chão chorando e se debatendo.
Dois dias depois, Poliana
Bagatini publicou uma carta em um perfil de rede social em que afirmou que em
momento algum considerou que tivesse ocorrido qualquer crime, principalmente,
praticado por Victor.
Em uma entrevista
exclusiva à TV Globo, o cantor negou a agressão. A repórter Aline Aguiar
perguntou ao artista se houve agressão. Victor respondeu: “Absolutamente. Eu
nunca agredi ninguém na minha vida e muito menos a minha mulher, grávida do
João”, disse à época.
Mesmo depois de a mulher de
Victor negar a agressão, a polícia continuou investigando o caso. Victor, que
era jurado no The Voice Kids, da TV Globo, pediu para se afastar do programa.
Na edição do dia 26 de fevereiro, o apresentador André Marques leu um
comunicado que dizia que a Globo repudia toda e qualquer forma de violência e
acredita que essa acusação precisa ser apurada com rigor garantindo o direito
de defesa na busca da verdade.
G1
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