Em programa de rádio, motorista fala sobre paralisação em NP; secretária explica a situação.
Os motoristas da
Prefeitura de Nova Palmeira amanheceram de braços cruzados, nesta terça-feira,
11. O motivo alegado para a paralisação, que foi tomada em assembleia realizada
pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Curimataú e Seridó (SINPUC),
é a correção dos seus salários.
Durante a apresentação do
jornal da Rádio Cenecista de Picuí, que foi ao ar às 11h00, o representante dos
motoristas nova-palmeirenses, Albervânio, expôs os motivos para paralisação.
“Resolvemos parar porque a gestão atual não entrou em acordo com nossa classe,
em relação a gratificação que a gente já recebia. Temos uma carga horária que
ultrapassa as 75 horas semanais e, no ato da inscrição do concurso mostrava ser
de 40 horas. Fazíamos três anos que ganhávamos R$ 500,00 para cumprir o
restante do horário e, ao mudar de prefeito não entramos em acordo. Inclusive,
em março foi colocado apenas apenas o salário mínimo, que é de R$ 937,00, e com o desconto de 11% fica R$
836,00. Fizemos uma proposta para uma gratificação de R$ 700,00 sem acordo,
depois reduzimos para R$ 600,00, também sem acordo, e esta semana, depois do
pagamento de março, fizemos outra reunião, e eles queriam que fizéssemos essa
rota por uma gratificação de apenas R$300,00, só que não fomos de acordo. Por
isso que estamos paralisando por 48 horas”.
Albervânio ainda
evidenciou a convocação realizada pela administração de novos motoristas para
os substituí-los durante os próximos dois dias.
“O que mais me espanta no
momento, não é nem a gestão querer pagar a gratificação (R$ 300,00) a gente, e
sim, saber que pegaram motoristas na cidade sem habilitação e sem curso de
transporte escolar e colocaram para fazer a rota que a gente realiza. Isso é um
negócio para ser apurado, pois não é brincadeira, é um assunto sério”.
O servidor finalizou
dizendo que sem acordo, a classe vai até onde puder, para que possa conseguir
seus direitos.
Minutos depois a
explanação do motorista, a secretária de Educação, Edilândia Ferreira, entrou
em contato com a rádio para esclarecer a situação. Segundo Edilândia, a
Prefeitura de Nova Palmeira vem passando por uma situação de dificuldade há
anos, e que no momento não é diferente.
“Nova Palmeira vive quase em estado de
calamidade, com relação a recursos públicos, por causa de gestões anteriores
que não geriram bem os recursos. Estamos fazendo uma avaliação minuciosa para
resolver a situação. Não podemos resolver os problemas de 40 anos, em 100
dias”.
Sobre a questão dos
vencimentos dos condutores de Nova Palmeira, a gestora explicou.
“A gente sabe
que o salário dos motoristas é o mínimo, e entende que não é justo. Mas, neste
momento, não temos como pagar a mais aos motoristas pela situação que vive a
prefeitura. A região inteira sabe que ficou salários atrasados da gestão
anterior (dezembro e décimo terceiro). Em processo de negociação com o SINPUC,
a gente negociou na medida do possível, pagar R$ 300,00 de gratificação, que
não foi aceita. A prefeitura não tem condições alguma de pagar além do que foi
ofertado, pois iríamos atrasar os salários dos funcionários. Os R$ 500,00 pagos
de gratificação na administração anterior, não temos como oferecer, pois nossa
folha é altíssima. Se compararmos os salários dos motoristas dos municípios
vizinhos não estamos tão aquém do que se paga lá".
Quantos aos substitutos
que foram chamados para assumir as vagas deixadas pelos titulares, a secretária
disse que “a gestão não achou justo que os alunos da cidade assistissem aulas,
enquanto os estudantes da zona rural perdessem. Então, providenciamos
motoristas habilitados para que fizessem esses transportes”.
Perguntada sobre o que
falar aos profissionais do volante, Edilândia pediu ponderação. “Neste momento
temos que ter cautela, pois vivemos uma crise financeira mundial, que atinge os
municípios, e Nova Palmeira é um dos mais afetados”.
Nova Palmeira tem 17
motoristas lotados em três secretarias: Saúde, Educação e Agricultura, e a
paralisação iniciada nesta terça, será de 48 horas. Os trabalhadores retomam as
atividades na quarta-feira, 13.
Blog NP
Nenhum comentário