Oposição brinca com fogo e ameaça favoritismo para disputa de 2018 contra o governador.
A oposição impôs ao
governador Ricardo Coutinho, nas eleições do ano passado, uma de suas maiores
derrotas, e a ampla aliança que viabilizou o feito iniciou 2017 com expectativa
de longevidade para a disputa de 2018. Mas, de alguma forma, eis que a oposição
decidiu brincar com fogo. Talvez imaginando que RC estaria fora do jogo por
antecipação. Um equívoco que pode ser fatal.
Então, nos últimos tempos,
o barco da oposição começou a fazer água. A impressão é que língua falada nas
eleições do ano passado foi esquecida, e seus principais atores parecem não
mais se entender. Há um evidente descompasso, por exemplo, entre o prefeito
Luciano Cartaxo e o PSDB do senador Cássio Cunha Lima e do prefeito Romero
Rodrigues.
Com direito a alguns
lances confusos para o eleitor, como o recente episódio da troca de farpas
entre Cássio e Romero. Com Romero ameaçando até deixar o PSDB se o partido não
tiver candidato, e Cássio replicando que nunca levou carão de ninguém. Soou
estranho. Romero tem insistindo numa candidatura própria do PSDB, algo, aliás,
legitimo, mas um embaraço para entendimentos com Cartaxo.
Episódios menores só têm
contribuído para o afunilamento de um gargalo na relação. A visita do prefeito
Romero, por exemplo, ao vereador Marcos Vinicius, presidente da Câmara, nesta
sexta (dia 31) que poderia ter sido estendida a Cartaxo, e não foi. A leitura
mais óbvia é da existência de problemas na relação política entre eles. E fica
a indagação: o que estaria ocorrendo na intimidade da aliança?
O fato é que, ao brincar
com fogo, a oposição perde a condição de favoritismo para a disputa de 2018.
Começa recolocando o governador RC no jogo. Uma união da oposição seria fatal
aos seus planos futuros. Isto não constitui segredo. Inclusive essa discussão
sobre candidaturas ao Governo foi antecipada, quando só deveria ocorrer em
2018. Então, há mais no ar do que apenas os aviões de carreira.
Helder Moura
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