Datafolha: Michel Temer tem 7% de aprovação, a pior desde Sarney.
Os dois peemedebistas que
chegaram à Presidência da República no país guardam algumas similaridades. A
primeira é a carona. José Sarney foi beneficiado com a morte de Tancredo Neves,
dias depois de ser eleito, em 1985. Michel Temer pelo impeachment de Dilma
Rousseff (PT), tratado pelos adversários como golpe. Outro ponto que une os
dois na malha do contínuo espaço-tempo é a impopularidade. A pesquisa
Datafolha, divulgada neste sábado (24) pela Folha de São Paulo, mostra Temer
com avaliação positiva de apenas 7%. A marca só não e pior que a de Sarney, que
emplacou 5% de bom e ótimo em setembro de 1989, em meio à crise da
hiperinflação.
Em termos de baixa avaliação
positiva, Temer supera sua antecessora, Dilma Rousseff, com 8%, e Fernando
Collor, com 9%, ambos no período pré-impeachment. A avaliação de Michel Temer
já não era das melhores e caiu ainda mais com as delações da Odebrecht e,
posteriormente, da JBS. As declarações dos empresários Joesley e Wesley Batista
soaram como batom na cueca para o peemedebista. Ele é acusado do recebimento de
propina e de ter concordado com a compra do silêncio do peemedebista Eduardo
Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, que se encontra preso em
Curitiba. O empresário sustentava ainda Lúcio Funaro, o doleiro que atendia os
peemedebistas, também preso.
A avaliação de Michel Temer,
hoje, é de ruim ou péssima para 69% do eleitorado brasileira, regular para 23%,
e bom e ótimo para 7%. Na comparação, em setembro de 1989, Sarney chegou a 68%
de ruim ou péssimo, 24% de regular e 5% de bom ou ótimo. O novo levantamento do
Datafolha foi feito entre quarta-feira (21) e esta sexta-feira (23), com 2.771
entrevistados. Dois meses atrás, a sua taxa de ruim e péssimo estava em 61% e a
de ótimo ou bom, em 9%. Aqueles que o consideraram regular somavam 28% no final
de abril. Não souberam responder como avaliam hoje o governo Temer 2% dos
entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais e para
menos. A nota do presidente caiu de 3 para 2,7.
*Suetoni Souto Maior
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