Minha maior satisfação é ver um músico usando meu instrumento no palco, diz artesão de Nova Palmeira PB.
A paixão pela música vem de
muito tempo, mas foi há 9 anos que admiração de Éder Medeiros dos Santos pelos
instrumentos musicais virou fonte de inspiração e renda. Ele é luthier e faz
instrumentos de percussão, sobro e cordas. Natural de Nova Palmeira, no Seridó
paraibano, Éder é um dos 333 artesãos que expõem obras e peças no 26º Salão do
Artesanato da Paraíba, que acontece em Campina Grande até 2 de julho.
“Eu comecei sozinho, com
instrumentos de percussão. Eu comprei um cajon e através dele, tive a
curiosidade de saber como era a estrutura física desse instrumento. Com algumas
ferramentas do meu avô, eu desmontei esse cajon e que dava pra tentar fazer um
em casa. Comprei algumas madeiras e fiz um em casa. O primeiro ficou meio
tosco, mas eu consegui”, conta ele.
Depois de fazer um cajon,
Eder conta que também começou a fazer outros instrumentos de percussão, na
tentativa de monta um conjunto para tocar. Apesar de ter começado com
instrumentos de percussão, seu grande desejo era fabricar instrumentos de
corda. Aceitando o próprio desafio, ele hoje produz instrumentos como violões,
guitarras, cavaquinhos, violinos, com modelos exclusivos. “Eu costumo fugir do
industrial, o que a gente encontra em lojas”, destaca o luthier.
Para Éder, fazer um
instrumento musical é motivo de prazer e orgulho, mas sua maior alegria é ver
outras pessoas utilizando peças feitas por ele. “A reação é a mais satisfatória
possível. Já puder ter essa sensação pessoalmente, ao chegar em barzinhos, como
também por fotos ou vídeos em redes sociais de eventos”, disse Éder.
Para fazer um violão, ele
precisa de cerca de três meses de produção. “Depende muito do modelo e da
dificuldade. Existe todo um processo do corte da madeira, até onde calibro a
madeira, faço o tampo do instrumento, tem a colagem, depois o descanso. Tem que
ter calma, se não o trabalho pode se perder. Cada peça de um violão tem que ter
um tipo de madeira diferente. Não pela madeira, mas pela qualidade. Algumas são
mais duras e outros pouco densas”, explica.
No Salão de Artesanato da
Paraíba 2017, em Campina Grande, Eder está com um stand no primeiro corredor.
No local os clientes podem encontrar instrumentos de variados preços como o
ganzá, conhecido popularmente como um chocalho, a partir de R$ 20 ou um violão
elétrico que chega a custar R$ 1,3 mil. Mesmo já tendo uma boa experiência, o
luthier diz que pretende avançar mais.
“É uma arte que você nunca
deixa de aprender. A gente nunca chegar a ser um mestre. Sempre vamos
aprimorando. Esses salões são vitrines para o nosso trabalho. Eu ainda não
tenho artistas muito consagrados com instrumentos meus, mas tenho clientes na
Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte”, destaca Éder.
G1
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