Gilmar Mendes quer anular provas contra Temer e Aécio.
O ministro Gilmar Mendes (foto), do
Supremo Tribunal Federal, irá encaminhar para o plenário da corte uma discussão
sobre a validade das provas levantadas pela JBS em sua delação premiada.
Isso será feito na sessão de
quarta-feira (13), em que será discutida a suspeição de Rodrigo Janot, segundo
informa o colunista Merval Pereira.
As provas que podem ser
anuladas incluem o diálogo em que Michel Temer avaliza a compra do silêncio de
Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, a entrega de uma mala com R$ 500 mil a Rodrigo Rocha
Loures e também as entregas de R$ 2 milhões em dinheiro vivo a Fred Pacheco,
primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
A tese de Gilmar é de que a
delação teria sido armada pelo procurador-geral Rodrigo Janot.
Juristas, no entanto,
avaliam que mesmo que Joesley Batista perca seus benefícios, as provas
continuam valendo.
Ontem, a Polícia Federal
concluiu que Michel Temer liderou o quadrilhão do PMDB e recebeu R$ 31,5
milhões em propinas.
Abaixo, reportagem da
Reuters a esse respeito:
BRASÍLIA (Reuters) - A
Polícia Federal concluiu que houve indícios de crimes cometidos pela Cúpula do
PMDB, incluindo o presidente Michel Temer e seus ministros Eliseu Padilha (Casa
Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), no inquérito que
investiga o chamado “quadrilhão da Câmara”.
“Integrantes da cúpula do
partido supostamente mantinham estrutura organizacional com o objetivo de
obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração
pública direta e indireta”, disse a PF em nota.
De acordo com o relatório, o
grupo cometeu corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, fraude em
licitação, evasão de divisas, entre outros crimes.
Estão ainda na lista de
investigados o ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso novamente na semana
passada no âmbito da operação Cui Bono, depois que 51 milhões atribuídos a ele
foram encontrados em um apartamento em Salvador.
A investigação inclui ainda
o deputado cassado Eduardo Cunha, preso em Curitiba pela operação lava jato e o
ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, preso na operação que investiga
corrupção na construção da Arena das Dunas, em Natal.
Em nota, a Secretaria de
Imprensa da Presidência afirmou que o ”presidente Michel Temer não participou e
nem participa de nenhuma quadrilha, como foi publicado pela imprensa, deste 11
de setembro. O Presidente tampouco fez parte de qualquer “estrutura com o
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da
administração pública”.
O texto ainda afirma que as
acusações são “insinuações descabidas”, vazadas para “tentar denegrir a honra e
a imagem pública” do presidente antes mesmo de serem apreciadas pela Justiça.
Em outra nota, “o ministro
da Casa Civil, Eliseu Padilha, informa que só irá se pronunciar quando e se
houver acusação formal contra ele que mereça resposta”.
Moreira Franco respondeu à
Reuters afirmando que “jamais” participou de qualquer grupo para a prática do ilícito.
“Repudio a suspeita.
Responderei de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito.
Lamento que tenha que falar sobre o que ainda não conheço. Isto não é
democrático”, afirmou.
Brasil 247
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