Governo estuda acabar com horário de verão neste ano.
Implementado no Brasil desde
1931, o horário de verão pode acabar em 2017. O governo federal está avaliando
se a medida será implementada ou não neste ano. A principal explicação é que a
economia de energia vem caindo ano após ano, com mudanças no padrão de consumo
da população, e por isso não compensaria mais atrasar os relógios em uma hora.
A avaliação é feita desde o
início de agosto por um grupo de trabalho da Casa Civil, após determinação do
Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico, vinculado ao MME (Ministério de
Minas e Energia).
O conselho, que reúne
membros do ministério e de agências do governo como a ONS (Operador Nacional do
Sistema Elétrico), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a CCEE
(Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), debateu em reunião no início
de agosto a efetividade do horário de verão, cuja economia de energia estaria próxima
do zero.
“Tendo em vista as mudanças
no perfil e na composição da carga, que vêm sendo observadas nos últimos anos,
os resultados dos estudos convergiram para a constatação de que a adoção desta
política pública atualmente traz resultados próximos à neutralidade para o
consumidor brasileiro de energia elétrica, tanto em relação à economia de
energia, quanto para a redução da demanda máxima do sistema”, informa a ata do
encontro.
Segundo a Casa Civil, estudo
da ONS encomendado pelo MME aponta que “o horário de verão não gera uma
economia que justifique a medida”. Procurados, ONS e MME não deram detalhes do
estudo nem comentaram o possível fim do horário de verão.
Levantamento do MME
divulgado em julho passado apontou que a mudança nos hábitos de consumo e o
avanço da tecnologia não têm resultado em mais economia de energia. A
manutenção do horário de verão vem sendo tratada por autoridades do setor mais
como uma “questão cultural”.
A mudança no padrão de
consumo se deve à popularização do ar-condicionado. Se antigamente o vilão da
energia era o uso do chuveiro elétrico no período entre 17h e 20h, o problema
agora é o ar-condicionado, que consome energia durante a madrugada e também no
meio da tarde, entre as 14h e 15h.
Não há prazo para a Casa
Civil divulgar o resultado da análise, mas a decisão deve sair nos próximos
dias, já que o horário de verão está previsto para começar em menos de um mês,
no dia 15 de outubro.
O horário de verão foi
aplicado no Brasil pela primeira vez em 1931, mas de forma ininterrupta somente
a partir de 1985. Em 2008 foi regulamentado por decreto do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
O último período do horário
de verão durou 126 dias, entre 15 de outubro e 18 de fevereiro, proporcionando
economia de R$ 159,5 milhões, segundo o MME, com o não acionamento de usinas
termelétricas.
R7
Nenhum comentário