Mais de 870 mil paraibanos terão ‘energia dos ventos’ em 2018. Picuí está relacionado.
A capacidade de geração de
energia eólica na Paraíba vai chegar a 157,2 megawatts (MW) até o próximo ano,
podendo gerar uma energia limpa suficiente para abastecer mais de 290 mil
residências, o que equivale a aproximadamente 870 mil habitantes.
A média corresponde à
população total de João Pessoa mais um pouco da metade de Bayeux juntas, de
acordo com estimativa deste ano divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). O cálculo considera uma média de três moradores por
domicílio e é utilizado por órgãos do setor elétrico, a exemplo da Associação
Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
A estimativa populacional
deste ano em João Pessoa é de 811.598 habitantes e a de Bayeux é de 97.010
habitantes, conforme documento publicado no Diário Oficial da União e produzido
pelo IBGE.
De acordo com a Abeeólica, a
Paraíba possui atualmente 62,7 MW de capacidade instalada de geração de energia
eólica em 12 usinas que operam comercialmente, todas concentradas no município
de Mataraca, Zona da Mata paraibana. Mais três usinas (Lagoa I e II e Canoas)
estão em construção na região do Seridó do estado, que vão acrescer 94,5 MW de
potência de geração.
Os três parques eólicos
estão sendo construídos pela Força Eólica do Brasil (FEB). São 45 aerogeradores
(os postes que se assemelham a grandes ventiladores) instalados nas cidades de
Santa Luzia, São José do Sabugi e Junco do Seridó e que vão formar o Complexo
Santa Luzia.
A previsão do início da
operação comercial do complexo era para este mês, de acordo com material
divulgado pela FEB. No entanto, documento publicado em setembro deste ano pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que fiscaliza os serviços de
geração em todo o país – incluindo as centrais geradoras eólicas – informa que
somente parte de uma das três usinas já vai poder começar a operar
comercialmente a partir deste mês.
Estudos realizados pelo
grupo Iberdrola, que compõe a Força Eólica Brasileira (FEB), apontam que o
potencial de geração de energia eólica na Paraíba pode chegar a 2 gigawatts
(GW).
Cidades
como Patos e Picuí, por exemplo, seriam verdadeiras “minas de ouro” em geração
de vento. O que falta? Explorar o potencial. Apuração da reportagem verificou
que já existe a intenção de investidores em explorar a produção de energia
eólica em Picuí. Além disso, estudo da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) analisou novas formas de escoamento da produção de energia
alternativa – solar e eólica – na região do Seridó paraibano e do Rio Grande do
Norte.
Na Paraíba, de acordo com a
EPE, os municípios de Areia de Baraúnas, Junco do Seridó, Patos, Santa Luzia,
São José do Sabugi, São Mamede e Teixeira foram identificados como localidades
com potenciais eólico e fotovoltaico. Por sua vez, o mapeamento da Iberdrola,
de acordo com divulgação do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e
Energia (Cerne), a região do Seridó e sertão do estado, por ficarem a cerca de
700 metros acima do nível do mar, geram bastante vento.
“A velocidade média do vento
fica acima dos 5 metros por segundo, o que gera uma constante boa para a
produção de energia”, explicou o professor Giovanni Maciel.
Para Múcio Flávio, analista
da Sudema, é comum crer que o potencial de geração eólica da Paraíba esteja no
litoral.
“Mas os estudos apontam a
Borborema e o Seridó como maiores potenciais. Trata-se de região ondulada e
escassa de chuvas. Como é pouco habitada por causa da dificuldade de plantio e
criação de gado, a energia eólica traria benefícios para os moradores da
região, porque as terras são arrendadas para a instalação de aerogeradores e os
proprietários recebem entre 1% e 1,5% do faturamento da empresa, dependendo do
contrato”, afirmou.
O analista também citou
Araruna e São João do Tigre como cidades com potencial eólico no estado. O
professor Márcio Souza, da UFPB, afirmou que a Paraíba ainda tem bastante potencial
eólico a ser desenvolvido.
Correio da Paraíba
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