Paraíba está abaixo da média do Nordeste em educação.
Mais da metade dos
estudantes paraibanos do ensino fundamental apresentou resultados insuficientes
em leitura, escrita e matemática, segundo a Avaliação da Educação Básica
divulgada nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
As taxas da Paraíba ficaram
abaixo da média do Nordeste e figuram entre as piores do país. No quesito
leitura, 71,53% dos estudantes paraibanos apresentaram rendimento insuficiente,
sendo 35,94% elementar e 35,59% básico. Isto quer dizer que estes alunos não
conseguiram ter resultados satisfatórios em questões ligadas à causa e
consequência em gêneros como tirinha, anedota, fábula e literatura infantil e
também não estavam aptos à reconhecer relação de tempo em texto verbal e
identificar o referente de pronome possessivo em poema.
A taxa de rendimento
insuficiente em leitura foi pior que a média do Nordeste, que foi 69,17%, e
muito maior que a média nacional, que foi de 55,73%, em 2016. O resultado da
Paraíba foi pior que Pernambuco (70,65% de nível insuficiente), Rio Grande do
Norte (67,66%) e Ceará (45,24%). No país, o pior resultado foi do Sergipe, com
80,2% de rendimento irregular. A melhor taxa ficou com Minas Gerais. Lá, apenas
37,65% dos estudantes tiveram resultados insuficientes.
Textos são ruins
Sobre a análise da escrita,
os estudantes paraibanos do ensino fundamental também demonstraram estar aquém
do resultado desejado. Mais da maioria, 55,66% dos analisados, apresentaram
taxa elementar, ou seja, não produzem textos da forma adequada. A categoria
elementar é dividida em três níveis. O primeiro (Nível 1), com 26,89% de
estudantes paraibanos, demonstra que os analisados não escrevem palavras
alfabeticamente e não conseguem produzir um texto legível. No nível 2 (24,74%
dos analisados) os estudantes escrevem palavras, mas com trocas ou omissão de
letras, alterações na ordem das letras e outros desvios ortográficos, logo não
conseguem produzir textos legíveis. Já no nível 3 (4,03% dos analisados), os
estudantes escrevem palavras com estrutura silábica consoante-vogal, apesar de
alguns desvios ortográfico, mas os textos são produzidos de forma incipiente ou
inadequada ao que foi proposto, muitos sem conectivos. O resultado da Paraíba
foi pior que os Estados da Bahia (54,83% de desempenho insuficiente),
Pernambuco (51,82%), Rio Grande do Norte (40,83%) e Ceará (25,98%). O pior
resultado do país ficou com o Estado do Maranhão, 59,93% de rendimento
irregular. O melhor resultado ficou com Paraná, que tem apenas 14,37% de
desempenho insatisfatório em escrita. A taxa paraibana é pior que a média do
Nordeste, que teve 50,83% de rendimento insuficiente nesta matéria e bem
distante da média do país, que teve 33,85% de desempenho insatisfatório.
Problemas
com números
Em matemática, o resultado
também não foi satisfatório e somente 14,16% dos estudantes analisados
atingiram a categoria “Desejável”, que, entre outras exigências, atesta que
estão aptos a reconhecer composição e decomposição aditiva de números naturais
com até três algarismos; medidas de tempo em relógios analógicos; informações
em gráfico de barras e calcular subtração de números naturais com até três
algarismos com reagrupamento. A pesquisa do Inep mostra que 71,32% dos
paraibanos do ensino fundamental apresentaram rendimento insuficiente na
matéria. Destes, 37,23% estão no “Nível 1”, limitados a reconhecer
representação de figura geométrica em objetos de uso cotidiano; contar objetos
dispostos em forma organizada ou não; comparar medidas de comprimento em
objetos do cotidiano, entre outras respostas à comandos básicos. No nível 2,
ainda considerado insuficiente, estão 34,9% dos alunos analisados, aptos a
associar a escrita por extenso de números naturais com até três algarismos à
sua representação simbólica; valor monetário de uma cédula a um agrupamento de
moedas e cédulas; completar sequência numérica crescente de números naturais
não consecutivos; comparar números naturais com até três algarismos não
ordenados; entre outras ações básicas. A taxa paraibana é pior que a média do
Nordeste, que foi de 69,46% de desempenho insuficiente.
Pior também que a média do
país, 54,46%. Os estudantes paraibanos apresentaram resultados piores que o dos
estados do Rio Grande do Norte (69,39%), Pernambuco (68,97%) e Ceará (48,28%).
O pior resultado foi apresentado pelo Amapá, 80,54% de rendimento abaixo do
adequado. O melhor resultado foi apresentado por Santa Catarina (37,82%).
Jornal Correio
Nenhum comentário