Prefeitos e parlamentares da Paraíba enviam carta em que pedem auxílio financeiro a Temer.
Centenas de prefeitos
paraibanos lotaram o auditório da Federação das Associações dos Municípios da
Paraíba (Famup) nesta segunda-feira, 23 de outubro, para alinharem as demandas
exigidas ao governo federal que visam a recuperação dos Municípios brasileiros.
Os gestores presentes devem assinar uma carta que será enviada ao presidente da
República, Michel Temer, que já conta com o apoio das principais lideranças
municipalistas do Estado, além de deputados e senadores da bancada estadual no
Congresso Nacional.
Intitulado de Carta da
Salvação, o documento a ser enviado ao Palácio do Planalto reitera que mais de
3,8 mil Municípios brasileiros, que apresentam população abaixo de 20 mil
habitantes, vivem quase exclusivamente com os recursos do Fundo de Participação
dos Municípios (FPM), que “vem sendo, a cada dia, mais aviltadas, se comparadas
com o crescimento, sempre contínuo e inevitável, das despesas de custeio da
máquina administrativa.”
Os prefeitos ainda lembram
que as receitas municipais se tornaram insuficientes diante das despesas com os
serviços públicos que lhes são cometidos. Como exemplo, citam o programa
Estratégia Saúde da Família (ESF), o qual recebe repasse aos Municípios de R$
10,7 mil, sendo que o custo médio de manutenção por equipe é de R$ 42,5 mil.
Em seguida, exemplificam a
questão do estrangulamento financeiro dos Municípios com a merenda escolar. “A
transferência do MEC (Ministério de Educação) ao município se dá no valor de R$
0,36 aluno/dia (quase equivalente ao custo de um minúsculo pão francês), quando
a prestação desse serviço absorve em média R$ 4,50 aluno/dia, com a exigência
adicional de que se forneça merenda de boa qualidade.”
Neste mesmo sentido, ainda
dão destaques para os programas federais que foram municipalizados como o do
transporte escolar, também subfinanciado, e do piso nacional do magistério,
“imposição legal feita anualmente ao Município, em percentuais muito acima dos
de crescimento das receitas correspondentes, já lhe absorve, em alguns casos,
100% dos recursos do Fundeb com a folha de pagamento, restando à administração
municipal arcar, com seus livres recursos, com as demais despesas de manutenção
da estrutura educacional.”
Diante da crítica situação
financeira exposta, a carta requer o Apoio Financeiro aos Municípios (AFM) no
valor de um FPM, o que corresponde a R$ 4 bilhões. Eles sugerem que os recursos
emergenciais sejam materializados por meio de Medida Provisória (MP), "como
forma de ajudar aos nossos municípios a saírem do imenso fosso financeiro em
que se encontram".
Com CNM
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