Após aumentos no preço do gás de cozinha, donas de casa recorrem ao fogão a lenha em Natal RN.
O preço do gás de cozinha
subiu 4,5% no último domingo em todo o país. O aumento foi autorizado pela
Petrobras. No RN, o valor do botijão de gás pode chegar a R$ 73. Os constantes
aumentos no preço do gás têm feito pessoas que não têm condições de pagar
recorrerem ao uso do fogão a lenha.
Dona Odeiza Nunes é dona de
casa e não utiliza o fogão a gás há quatro meses. Sem dinheiro para comprar o
botijão de gás, ela recorreu ao uso do fogão a lenha. "O botijão está
caro, nós não temos condições de comprar esse gás que está aumentando todo
mês", diz dona Odeiza.
A aposentada Vera Lúcia
Bezerra improvisou um fogareiro a carvão no quintal de casa para fazer parte da
comida. "É muito caro o gás e não dá pra fazer tudo fogão a gás. Feijão e
arroz eu faço lá no quintal, aqui no gás eu faço um café, esquento um
leite", explicou Vera.
O presidente do Sindicato
dos Revendedores de Gás do Rio Grande do Norte, Francisco Correia, diz que o
reajuste é abusivo, e que o repasse ao consumidor é inevitável. "Não houve
nenhum aumento de petróleo ou derivados, o único aumento que houve foi o de
lucro da Petrobras. Ela pegou o preço do internacional e do Brasil, e existiu
uma defasagem, então todo mês o preço do gás sobe" explica Francisco
Correia.
Alta de mais de 15% no
acumulado no ano
No ano, o preço médio do gás
de cozinha no país acumula alta de 15,58%, segundo dados da Agência Nacional de
Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Pela nova política de preços adotada
pela Petrobras desde junho, o preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) passou
a ser revisado todos os meses.
Desde junho, a Petrobras já
anunciou cinco aumentos e uma redução para o gás de cozinha. Confira todas as
revisões anunciadas:
4/07: -4,5%
4/08: +6,9%
5/09: +2,2%
25/09: +6,9%
10/10: +12,9%
3/11: +4,5%
Segundo a estatal, o preço
final às distribuidoras será formado pela média mensal dos preços do butano e
do propano no mercado europeu, convertida em reais pela média diária das
cotações de venda do dólar, mais uma margem de 5%.
G1
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