Cartaxo estará pronto para a disputa a partir de primeiro de janeiro.
Luciano Cartaxo - Prefeito de João Pessoa |
O prefeito de João Pessoa,
Luciano Cartaxo (PSD), finalmente anunciou a data-limite para deflagrar a
campanha ao governo do Estado: primeiro de janeiro de 2018. Ele afirmou, ontem,
esperar que nessa data o diálogo com a sociedade, representantes de partidos
políticos e outros segmentos esteja mais maduro. “Virou o calendário, podem me
cobrar”, afiançou ele aos jornalistas, depois de um demorado período em que
sempre resistiu à ideia de discutir o assunto, pretextando que a prioridade
estava focada na administração.
Além de Luciano, que foi
reeleito em primeiro turno em 2016, o irmão gêmeo Lucélio, que preside o
diretório municipal do PSD em João Pessoa, também entrará na disputa, faltando definir
se concorrerá a mandato de deputado estadual ou federal. Na campanha de 2014,
Lucélio surpreendeu a todos, candidatando-se, de largada, ao mandato de senador
e obtendo uma votação expressiva, insuficiente, porém, para eleger-se. Tanto
ele como o prefeito-irmão destacam a importância das discussões que estão sendo
travadas entre expoentes de partidos de oposição ao governo Ricardo Coutinho
que buscam, a todo custo, a unidade para os embates vindouros.
Houve momentos, após a
reeleição ao cargo de prefeito, que Luciano Cartaxo se irritou com a
insistência de repórteres sobre o tema da eventual candidatura a governador no
próximo ano. Enquanto sustentava que a prioridade era administrativa,
deflagrava uma maratona de viagens a municípios do interior do Estado,
aproveitando os fins de semana. Para todos os efeitos, Cartaxo dizia estar
promovendo intercâmbio de projetos e propostas sobre modelos administrativos.
Na prática, a agenda previa invariavelmente contatos com agentes políticos e
líderes de partidos para avaliação da receptividade a uma candidatura sua ao
Palácio da Redenção. Na campanha eleitoral de 2016, adversários de Cartaxo
cobraram um posicionamento mais incisivo de sua parte sobre a disposição de
concorrer ao governo, mas ele conseguiu esquivar-se das provocações nesse
sentido.
Programa de governo, o
prefeito ainda não tem para o Estado. Ele afirma que o programa terá que ser
construído com base no diálogo e na articulação com as forças políticas que
estiverem engajadas à candidatura, extensivo a segmentos da sociedade que
poderão apresentar alternativas que serão inseridas para exame ou análise. O
cronograma para a formatação de alianças partidárias ficou mesmo para o
primeiro semestre do próximo ano, quando Cartaxo e sua equipe discutirão
eventuais afinidades com agremiações que se integrarem ao projeto de poder
capitaneado por ele. Por enquanto, o alcaide da Capital ressalta como
importante a manutenção da unidade do grupo de oposição que se formou em 2016
para reelegê-lo prefeito e do qual participaram os senadores Cássio Cunha Lima
e José Maranhão, o deputado federal Rômulo Gouveia e o prefeito de Campina
Grande, Romero Rodrigues, que também corteja a hipótese de disputar o governo
estadual, caso o senador Cássio não se disponha a encarar o desafio.
– O que posso garantir é que
o processo de renovação na política paraibana é inevitável. Aliás, isto já tem
ocorrido esporadicamente em alguns pleitos e na disputa de alguns mandatos
eletivos, sinalizando o interesse de parcelas crescentes da opinião pública em
oxigenar a prática da atividade política e torná-la sintonizada com as
aspirações populares – prosseguiu Luciano Cartaxo. Ele espera sensibilizar a
cúpula peemedebista a apoiá-lo invocando o argumento de que com sua eleição ao
governo o peemedebista Manoel Júnior, vice-prefeito de João Pessoa, ascenderá à
titularidade, com perspectiva de candidatar-se à reeleição mais na frente. Mas
no PMDB o senador José Maranhão já avisou que será candidato do partido ao
Palácio da Redenção mais uma vez.
*Nonato
Guedes
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