Fumar mata mais que a aids', alertam indústrias do cigarro nos EUA, atendendo à Justiça.
A maioria das grandes
companhias de tabaco americanas difundiram uma série de anúncios que advertem
para os riscos que fumar representa para a saúde, acatando uma ordem judicial
de onze anos atrás.
Em novembro de 2006, uma
corte federal dos Estados Unidos chegou à conclusão de que as companhias que
fabricam e distribuem tabaco fizeram um acordo para mentir e enganar os
consumidores a respeito dos riscos do tabagismo.
A Justiça havia ordenado na
ocasião que empresas como R.J. Reynolds e Philip Morris difundissem na TV e na
imprensa escrita mensagens para "corrigir suas mentiras" -- mas a
mensagem só foi transmitida neste domingo (26).
Isso ocorreu porque empresas
apelaram da sentença para mudar algumas partes do texto, conseguindo, assim,
retardar em mais de dez anos a divulgação de suas declarações.
A ordem judicial obriga as
empresas a comprar uma página inteira nos 50 jornais mais importantes do país,
como "The Washington Post" e" The New York Times", por
cinco domingos durante um ano.
Além disso, terão que emitir
260 anúncios de TV ao longo de doze meses nas principais redes nacionais, como
ABC, CBS e NBC.
"Fumar mata, em média,
1.200 americanos. Todo dia", diz o anúncio. "Fumar mata mais gente a
cada ano do que os assassinatos, a aids, os suicídios, as drogas, os acidentes
de carro e o álcool combinados".
O tabagismo é a principal
causa de mortalidade e de doenças evitáveis nos Estados Unidos. É responsável
por 480.000 óbitos ao ano, apesar de o número de fumantes ter despencado nos
últimos anos.
Em 2015, o percentual de
fumantes adultos caiu para 15%, o menor já registrado, segundo os Centros para
o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês). Na década de 1960, 42% dos
adultos fumavam.
Esta forte queda se deve,
sobretudo, aos impostos cobrados sobre o tabaco, às campanhas de publicidade
contra o tabagismo e às restrições que limitam anúncios destinados aos jovens.
Apesar disso, a indústria
investe todos os anos US$ 8 bilhões para promover seus produtos.
A sentença de 2006 saiu do
julgamento interposto pelo Departamento de Justiça em 1999 para recuperar parte
do dinheiro que o governo federal destina anualmente a tratar doenças como o
câncer, provocadas pelo tabagismo.
G1
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