Zarattini: PT vai propor salário mínimo de R$ 1 mil para o ano que vem.
O anúncio do petista é uma
resposta à redução do salário mínimo previsto para o ano que vem, que passou
dos R$ 969 esperados para R$ 965.
O líder do PT na Câmara,
deputado Carlos Zarattini (SP), afirmou, no início da tarde desta quarta-feira
(1/11), que a bancada petista vai propor um salário mínimo de R$ 1 mil para
2018. O anúncio do petista é uma resposta à redução do salário mínimo previsto
para o ano que vem, que passou dos R$ 969 esperados para R$ 965, segundo a
proposta de ajuste do Projeto de Lei Orçamentário Anual (PLOA) de 2018, enviada
pelo governo ao Congresso no início da semana. Trata-se da segunda baixa nas
projeções para o salário mínimo em menos de três meses - em agosto, o governo
revisara o valor de R$ 979 para R$ 969.
"O governo já havia
reduzido o salário mínimo em R$ 10. Agora, reduziu em mais R$ 4. Ou seja, R$ 14
a menos. Nós vamos propor, levantar a bandeira e fazer um projeto de salário
mínimo a R$ 1 mil. É a proposta que o PT vai encaminhar no orçamento para o ano
que vem. Isso significa um reajuste real, acima da inflação, de 3,62%. O
objetivo disso é exatamente recompor a capacidade de consumo da maioria dos
brasileiros, que ganham salário mínimo", revelou Zarattini, em entrevista
coletiva no Salão Verde da Câmara. O parlamentar ainda defendeu o reajuste da
tabela do imposto de renda, que segundo ele já está "defasada", para
"garantir a desoneração da classe média". "Pretendemos recompor
o salário da chamada classe média, que está cada vez menos média e cada vez
mais pobre", justificou.
Um dos líderes do governo na
Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) criticou a iniciativa petista,
destacando que Zarattini "está errado" ao sugerir uma proposta de
aumento do salário mínimo para R$ 1 mil, uma vez que o valor é definido por lei
- o salário mínimo é calculado de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) dos
dois anos anteriores somado à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC) do ano anterior.
Medida Provisória
Na entrevista, Carlos
Zarattini também fez duras críticas à Medida Provisória editada ontem pelo
governo que adiou os reajustes salariais do funcionalismo e aumentou a alíquota
previdenciária de servidores públicos. O líder petista classificou a proposta
como uma "violência". "Além do arrocho de não dar o reajuste, o
governo ainda resolveu aumentar o desconto da Previdência de 11% para 14%. Ele
está penalizando duas vezes o funcionalismo público. Evidentemente, nós do PT
vamos trabalhar contra esse projeto", ressaltou.
Correio Braziliense
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