CUT realiza atos contra reforma e afirma que 'quem votar, não volta'.
Com a aproximação do recesso
parlamentar e as crescentes tentativas do governo e da classe empresarial em
viabilizar a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, ainda
em 2017, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), em parceria com a Frente
Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, está realizando atos no País para
expressar o repúdio à proposta que visa reformular as regras previdenciárias.
"Se houver votação,
vamos parar o Brasil, já temos isso decidido. Se Maia botar para votar, no dia
e na hora que for, vamos fazer greve", afirmou ao Broadcast (serviço de
notícias em tempo real do Grupo Estado) o presidente da CUT Nacional, Vagner
Freitas. "Tiramos esta semana como aquecimento, um esquenta para preparar
a greve, caso vá à votação."
Ele citou que nesse
"esquenta", já houve entendimento sobre a greve com os sindicatos do
setor de transportes, como ônibus, trem e metrô.
Twitter
Ao mesmo tempo em que são
realizados atos, a CUT iniciou uma campanha no Twitter apontando parlamentares
que se mostraram favoráveis à proposta e afirmando que "se votar, não
volta", em clara menção às eleições do ano que vem.
Até 13h30 desta quarta-feira,
31 parlamentares já haviam sido apresentados nas postagens da central sindical,
com destaque para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O objetivo da campanha,
relatou o presidente da CUT Nacional, é lembrar os deputados de que Temer não
busca reeleição, enquanto eles correm o risco de perder o mandato ao votar pela
aprovação da proposta.
Além de uma foto com o
rosto, nome e partido do parlamentar, foi escrita uma mensagem: "O Temer
tem 97% de rejeição e quer te levar para o buraco junto com ele, então que
fique claro: #SeVotarNãoVolta". A hashtag, inclusive, ocupa a primeira
posição entre os assuntos mais comentados no Brasil no momento. "Isso
ajuda a mostrar que a população brasileira é contrária à reforma."
'Descaramento'
O jantar promovido na
terça-feira pelo governo Temer com empresários foi classificado por Freitas
como "descaramento". "Por mais que Temer faça o possível e
impossível para comprar votos dos deputados com emendas, pressões e jantares,
estamos logrando êxitos, pois Maia não coloca a matéria para votar, já que não
tem votos", afirmou.
Ainda assim, a CUT permanece
atenta às movimentações do governo para, em caso de definição de uma data para
votação, avançar com os planos de paralisação. "Estamos em estado de greve
permanente. Não vamos baixar a guarda, pois sabemos os subterfúgios ilícitos e
escusos usados pelo governo para conseguir votos dos deputados", comentou.
Estadão
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