Polícia prende traficante Rogério 157 na Zona Norte do Rio.
A polícia prendeu, na manhã
desta quarta-feira (6), o traficante Rogério Avelino dos Santos, o Rogério 157.
Ele é o chefe do tráfico na favela da Rocinha, Zona Sul do Rio, e foi o
responsável pelo início da guerra na comunidade em setembro desse ano. Rogério
157 era um dos bandidos mais procurados do Rio de Janeiro e foi preso na
comunidade do Arará, na Zona Norte do Rio, e levado para a Cidade da Polícia,
no Jacarezinho, onde deve prestar depoimento.
Ele foi capturado por dois
policiais, um da 12ª (Copacabana) e outro da 13ª (Ipanema). Segundo os agentes,
ele não resistiu à prisão, que ocorreu na laje de uma casa. Ainda de acordo com
a polícia, havia seguranças com Rogério quando ele foi localizado, mas os
comparsas fugiram com a chegada da equipe.
O traficante foi localizado
durante uma megaoperação das polícias Civil, Militar e Federal, da Força
Nacional e das Forças Armadas nas comunidades da Mangueira, Tuiuti, Arará,
Mandela 1, Mandela 2 e Barreira do Vasco. A recompensa por informações que
levassem à prisão de Rogério 157 era de R$ 50 mil. Ele era procurado por
tráfico, associação para o tráfico de drogas, extorsão e homicídio.
Nesta manhã, 2,9 mil homens
das Forças Armadas participam da ação. Os militares são responsáveis pelo cerco
das comunidades e pela retirada de barricadas. Na ação, agentes do Batalhão de
Ações com Cães (BAC) apreenderam uma grande quantidade de drogas na comunidade
do Mandela.
Logo após a prisão de
Rogério 157, segundo informações do Bom Dia Brasil, começou um intenso tiroteio
na Favela da Rocinha.
Comunidade fica atrás do
presídio de Benfica
A comunidade onde o
traficante foi encontrado fica atrás do presídio de Benfica, onde está preso o
ex-governador Sérgio Cabral e outros políticos. Em novembro, esses políticos
detidos por corrupção haviam feito reclamações, pois as celas destinadas aos
presos por corrupção não ficam de frente para a fachada do presídio, mas sim
para a favela do Arará.
De acordo com informações
obtidas pelo Bom Dia Rio, o barulho causado por um baile funk na comunidade tem
atormentado os detentos e sido alvo de reclamações.
Guerra na Rocinha
Em setembro deste ano, uma
batalha sangrenta entre facções rivais na Rocinha levou à realização de
operações de segurança quase diárias, inclusive com o reforço das forças de
segurança. Nos primeiros dias, 1.100 homens atuaram na favela, sendo 550 homens
das forças armadas (Fuzileiros Navais, Exército e Força Aérea Brasileira) e 550
da Polícia Militar.
Rogério 157 era
braço-direito do chefe do tráfico na comunidade Antônio Bonfim Lopes, o Nem,
que está no presídio federal de Rondônia. Após a prisão de Nem, Rogério Avelino
assumiu o controle do tráfico na Rocinha.
Segundo testemunhas, em
agosto desse ano, Nem teria determinado que Rogério 157 entregasse a
comunidade. Rogério estava impondo a cobrança de taxas para o comércio e
controlando a venda de gás, água mineral e carvão, entre outras práticas
típicas de milicianos, o que desagradou a Nem.
No Dia dos Pais, o que
parecia ser uma trégua, foi o início da guerra. O depoimento diz que Rogério
157 chamou os traficantes “Perninha”, “99” e “Vasquinho”, aliados de Nem, para
uma conversa; que nesta mesma conversa os traficantes “Perninha”, “99” e
“Vasquinho” foram executados, a mando de Rogério.
Segundo a testemunha, depois
de matar os rivais, Rogério convocou os chefes da facção a que pertencia para
dizer que agora era ele quem mandava no morro. Muitos dos chefes não
concordaram, dizendo que, mesmo na prisão, Nem ainda era o comandante do
tráfico. Com a facção dividida, começou a guerra na comunidade.
G1
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