SUS tem mais de um milhão de pacientes à espera de cirurgia, diz Conselho de Medicina.
Mapeamento feito pelo
Conselho Federal de Medicina (CFM) mostra que há pelo menos um milhão de
cirurgias pendentes no Sistema Único de Saúde (SUS). O levantamento mostra
ainda que há pacientes há mais de 10 anos na fila. E os números podem ser ainda
maiores, já que 10 estados e Distrito Federal não forneceram seus dados. As
informações são do "Bom Dia, Brasil", da TV Globo.
Entre os estados que não
ofereceram suas informações estão Rio de Janeiro, Acre, Amapá, Piauí, Sergipe e
Rio de Janeiro. Já Espírito Santo, Mato Grosso, Amazonas e Distrito Federal
disseram que não possuem os dados. E Roraima e Santa Catarina negaram os pedidos
do CFM para apresentá-los.
De acordo com o presidente
da entidade, Mauro Ribeiro, não há atualmente condições de zerar a fila de
espera ou mesmo diminuí-la:
— Nas condições atuais é
impossível que essa fila de pacientes seja zerada ou diminuída, porque hoje não
existe estrutura da Saúde no Brasil que permita esse tipo de ação — admitiu
Ribeiro à reportagem.
O mapeamento aponta que a
maior procura é por cirurgias de catarata (113.185). Em seguida vem hérnia
(95.752), retirada de vesícula (90.275) e varizes (77.854).
EM 750 CASOS, ESPERA DURA 10
ANOS
A pesquisa mostra ainda que
em pelo menos 750 casos a espera já dura mais de 10 anos. De acordo com as
estimativas médicas, a partir de 7 anos na fila, as chances de morte aumentam
em 18%.
A situação de pacientes com
câncer também é prejudicada pela fila, apesar de uma lei federal determinar que
eles iniciem o tratamento em até 60 dias — com direito cirurgia, radioterapia
ou quimioterapia. A norma não vem sendo respeitada em boa parte do país.
O ministro da Saúde, Ricardo
Barros, também admite que até que seja concluída a informatização do sistema —
prevista, segundo ele, para o fim do ano que vem — nada poderá ser feito.
— Até que a gente termine a
informatização de todo o sistema de saúde até o fim de 2018, não teremos como
ajustar isso. Mas, tendo a informatização, teremos a certeza da demanda (pelos
serviços), e poderemos suprir recursos para avançar e eliminar da fila — disse.
Jornal O Globo
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