PT lança Lula à Presidência e prega desobediência à decisão judicial.
Em reunião realizada na
manhã desta quinta-feira (25), em São Paulo, para reafirmar a candidatura do
ex-presidente Lula ao Planalto, petistas e representantes de movimentos sociais
aliados ao partido pregaram "desobediência" a decisões judiciais como
caminho que deve ser seguido pela a partir de agora, diante da decisão do
Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4).
Ao ser lançado candidato,
Lula disse não ter "nenhuma razão" para respeitar a decisão do TRF-4.
— Este cidadão simpático que
está falando para vocês não tem nenhuma razão para respeitar a decisão de ontem
— discursou.
Sobre a candidatura, o
ex-presidente levantou a hipótese de que possa ser retirado da disputa e cobrou
que a candidatura seja levada adiante em qualquer circunstância:
— É importante que vocês
tenham claro que não estamos jogando sozinhos no campo. Nós temos outros
candidatos e temos as pessoas que me julgaram ainda com a caneta com tinta e
que certamente vão criar obstáculos para que o Lula não continue andando pelo
país falando mal deles.
E completou em seguida:
— Eu espero que essa
candidatura não dependa do Lula. Essa candidatura só tem sentido se vocês
fossem capazes de fazê-la mesmo que aconteça o indesejável. É colocar o povo
brasileiro em movimento.
João Pedro Stédile, da
coordenação nacional do Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra (MST), afirmou
que os movimentos não deixarão que Lula seja preso.
— Aqui vai um recado para
dona Polícia Federal e para o Poder Judiciário: não pensem que vocês mandam no
país. Nós, os movimentos populares, não aceitaremos de forma alguma e,
impediremos com tudo for possível, que o companheiro Lula seja preso —
discursou Stédile, sendo interrompido por aplausos da plateia.
Líder do partido no Senado,
Lindbergh Farias (RJ), disse não acreditar que Lula conseguirá uma decisão
favorável no Judiciário que o permita concorrer.
— Não tenho ilusão de que
vamos achar saídas por dentro das instituições. Vamos derrotar esse golpe com
uma liminar judicial? Não. Só temos um caminho, que são as ruas, as
mobilizações, rebelião cidadão, desobediência civil — afirmou o senador.
Lindbergh acrescentou que
para prender Lula terão que "prender milhões de pessoas" antes.
O partido reúne a sua
executiva na sede da CUT. Além de Lula, participam do encontro, que deve durar
todo o dia, a ex-presidente Dilma Rousseff e os governadores do partido.
O deputado federal Wadih
Damous (RJ) disse que a caminhada que apoiadores de Lula fizeram na noite de
quarta-feira até a Avenida Paulista, em São Paulo, é um exemplo de forma de
desobediência que o partido deve seguir. A Justiça havia proibido os petistas
de se reunirem na Paulista.
— A ida ontem à Avenida
Paulista foi muito importante. Esse é o modelo. Se quem deve preservar a institucionalidade,
agride e hostiliza a institucionalidade, não cabe a nós ficar de braços
cruzados respeitando decisões que são inconstitucionais, que são ilegais. Eles
jogaram fogo no país, não cabe a nós o comportamento de bombeiros - disse o
parlamentar.
O Globo
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