Protestos contra a classe política marcam desfiles do carnaval de São Paulo e do Rio.
Escolas criticam políticos e
juízes e compararam presidente Michel Temer a um vampiro.
Foram muitos os protestos
contra a classe política nos desfiles das escolas de samba do carnaval de Rio
de Janeiro e São Paulo, que aconteceram neste fim de semana e seguem até esta
segunda-feira (12).
As provocações vão de temas
que criticam o moralismo de alguns políticos até caricaturas do presidente
Michel Temer.
Em São Paulo, a X-9 Paulistana,
que desfilou no sábado (10), trouxe um carro com referências à corrupção dos políticos.
No carro ‘A Casa da Mãe Joana’, os integrantes estavam vestidos de juízes e
políticos com malas de dinheiro e notas na cueca. Alguns tinham o terno sujo de
lama e usavam a faixa presidencial.
Já no Rio de Janeiro, a
Paraíso do Tuiuti trouxe na madrugada desta segunda o enredo ‘Meu Deus, meu
Deus, está extinta a escravidão?’. No último carro alegórico, um dos destaques
era o ‘Vampiro do Neoliberalismo’, representado por um vampiro usando a faixa
presidencial. O vampiro foi interpretado pelo professor de história Léo Morais.
“Eu acho que a gente está
fazendo uma coisa que todo mundo quer. Todo mundo quer botar pra fora, as
pessoas querem gritar o ‘Fora Temer’, as pessoas querem se manifestar”,
explicou Léo.
A reforma trabalhista foi
mencionada na sinopse do enredo da escola, que traça um paralelo da escravidão com
os dias atuais. “Segue vivendo espreitada no antigo pensamento de ‘nós’ e ‘eles’
e não nos permite enxergar que estamos todos no mesmo barco, no mesmo temeroso tumbeiro,
modernizando carteiras de trabalho em reformadas cartas de alforria”, diz um
trecho.
Além disso, a escola levou
para a Sapucaí uma ala de ‘manifestantes fantoches’, uma ironia referente aos manifestantes
que pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A Mangueira, por sua vez,
teceu críticas indiretas ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.
Taxado de ‘prefeito anticarnavalesco’, Crivella – que é evangélico e reduziu o
financiamento para as escolas de samba – foi alvo do enredo que canta “Pecado é
não brincar o carnaval”.
Protestos devem continuar na
segunda noite de desfiles no Rio
A Beija-Flor de Nilópolis,
que desfila na madrugada de terça-feira (13) também fará críticas sobre temas
políticos. No enredo ‘Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados
da pátria que os pariu’, a escola ampliará ainda mais as críticas para os temas
de intolerância social, política, étnica e religiosa.
JPOnline
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