ELEIÇÕES 2018: Candidatura à reeleição não é improvável, diz Temer.
O presidente Michel Temer (foto), admitiu publicamente nesta terça-feira (20) que cogita se lançar à reeleição
este ano. Ele afirmou que ainda não tomou uma decisão sobre o assunto e disse
que sua candidatura “não é improvável”.
Embora tímido, este é o
comentário mais enfático feito pelo presidente até agora sobre o assunto. Com
baixíssima popularidade, ele vinha se esquivando de perguntas sobre o tema.
“Ainda não decidi. Não é
improvável. Mas não decidi ainda”, disse Temer, ao fim de um almoço em
homenagem ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, no Palácio do
Itamaraty, em Brasília.
O presidente brasileiro
afirmou que “o tempo dirá” o momento em que essa definição será feita.
Acrescentou que o limite para a decisão é o prazo estabelecido por lei para o
registro de candidaturas, em 15 de agosto.
A colocação pública de Temer
no jogo eleitoral, ainda que sob indefinição, restringe o espaço do ministro
Henrique Meirelles (Fazenda), que pretendia concorrer ao Palácio do Planalto
pelo MDB, partido do presidente. Para disputar, Meirelles precisa deixar o
governo e se filiar à sigla até 7 de abril.
Temer disse que vai
conversar com Meirelles sobre o tema nos próximos dias. “Vou verificar ainda.
Tudo isso ainda vai ser objeto de conversações, conversas com o Meirelles,
inclusive, que é uma grande figura”, afirmou.
Nas últimas semanas, o
presidente fez movimentos mais concretos para avaliar a possibilidade de
disputar um novo mandato. Fez gestos que desencorajaram Meirelles, admitiu a
aliados que cogita essa candidatura e pediu que fossem analisados os custos de
uma possível campanha.
Temer hesitava em enfrentar
uma eleição por considerar que sua impopularidade inviabilizaria seu nome na
disputa, mas mudou de ideia. Ele acredita que poderá usar a campanha para se
defender de acusações de corrupção e dar publicidade a realizações de seu
governo.
Partidos da base governista
ainda tratam a hipótese com ceticismo. Acreditam que Temer se coloca em jogo
para ampliar seu poder de influência na eleição, mas desistirá da empreitada
para apoiar outro candidato.
SEGURANÇA
Temer afirmou que o governo
ainda não definiu o volume de recursos que será destinado ao novo Ministério da
Segurança Pública. Ele reforçou o plano de financiar as ações da pasta com o
dinheiro arrecadado após a reoneração da folha de pagamento, em discussão no
Congresso.
“[Vamos destinar] o que for
possível, mas vamos garantir recursos para a intervenção no Rio de Janeiro e
para a segurança. Isso já está definido e assegurado”, declarou.
Segundo Temer, o montante
alocado para as ações das forças de intervenção no Rio será de R$ 1 bilhão.
*Bruno Boghossian
Nenhum comentário