Família de sargento morto em alojamento da PM na PB contesta versão da polícia.
A família do sargento da
Polícia Militar morto na manhã dessa dentro do Centro de Educação da Polícia
Militar, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, por um colega de corporação
que estaria embriagado, contestou a versão apresentada pela direção do
alojamento, de que os disparos que atingiram o PM tenham sido acidentais.
Segundo a mãe e a esposa da vítima, o caso merece ser mais investigado e elas
pedem que seja feita justiça.
Maria da Paz, mãe do
sargento José Lúcio Júnior, 32 anos, que foi assassinado, estranhou a forma
como foi avisada do crime. “Disse que ele [José Lúcio] estava dormindo quando
esse 'caba' chegou de madrugada, foi manusear a arma e esse tiro bateu nele que
ele nem viu. Disseram que não precisava a família ir que eles mesmo traziam o
corpo. Depois meu menino teve que ir. Quem já viu uma coisa dessas?”,
questionou a mãe da vítima.
Ela também contestou o fato
do sargento Lira, suspeito de ter cometido o crime, ter conseguido entrar no
alojamento, mesmo apresentando sinais de embriaguez. “Se uma pessoa não tem psicológico
de usar uma arma, chegar de madrugada bêbado e manusear a arma, como é que
pode? Não acredito nisso! Eu acho que ele matou porque quis, não foi inocente
não”, comentou Maria da Paz.
A esposa de José Lúcio, Adna
Maria da Silva, casada há cinco anos com a vítima, também não acredita no que
contou a polícia. “Pelos relatos que a gente ficou sabendo de pessoas que
estavam lá, isso não foi um tiro acidental. Os relatos falam que eles estavam
deitados e que chegou esse outro sargento fazendo muito barulho. Inclusive,
falaram que ele tinha bebido. Aí Lúcio levantou e pediu para ele fazer
silêncio, logo em seguida aconteceu isso”, relatou Adna.
A versão apresentada pelo
diretor do Centro de Ensino, o coronel José Ronildo, é de que o suspeito dos
disparos estava embriagado e pouco antes estava em um bar próximo ao local do
crime. “O sargento Lira saiu para jantar fora do alojamento e voltou
embriagado. Possivelmente, em virtude da embriaguez, não teve condições de
manusear a arma, uma pistola .40, e acabou disparando os tiros. Só saberemos o
que realmente aconteceu após a realização de perícia no local do crime”,
afirmou o coronel José Ronildo.
O sargento da PM José Lucio,
natural de Campina grande, foi morto com dois tiros enquanto dormia no interior
do alojamento, no bairro de Mangabeira. Os disparos atingiram o tórax e braço
do sargento J. Lúcio. A vítima foi socorrida e encaminhada para o Hospital de
Emergência e Trauma de João Pessoa, mas não resistiu aos ferimentos e acabou
morrendo pouco depois do atendimento.
O sargento Lira, também de
Campina Grande, foi detido em flagrante e transferido para a carceragem do 1°
Batalhão da Polícia Militar. Segundo a PM, de lá ele vai ser encaminhado para o
juiz da Vara Militar de João Pessoa, onde será realizada audiência de custódia.
G1
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