Parlamentares paraibanos participam de debate em Brasília sobre andamento das obras da Transposição do Rio São Francisco.
Depois de quase um ano de
paralisação, por causa do abandono da construtora Mendes Júnior, e após uma
retomada lenta e morosa, a conclusão das obras do Eixo Norte da Transposição
preocupam, já que as águas do projeto só chegam ao sertão de Pernambuco,
Paraíba e Rio Grande do Norte após a conclusão deste trecho. Para debater essa
questão, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado
Federal fará, nesta terça-feira (20), no Plenário 09, um debate sobre o
andamento das obras da transposição do Rio São Francisco. O evento, que contará
com a presença do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, e dos
deputados estaduais, Renato Gadelha e Jeová Campos, está marcado para começar
as 14h30.
O presidente da Frente
Parlamentar da Água da Assembleia Legislativa, deputado Renato Gadelha, e o
presidente da Comissão de Desenvolvimento, Turismo e Meio Ambiente da ALPB e
ex-presidente da Frente, deputado Jeová Campos, já confirmaram participação no
debate. “O Consórcio Emsa – Siton, habilitado para concluir os trabalhos
restantes das obras do Eixo Norte da Transposição está trabalhando em marcha
lenta e já poderia ter feito muito mais, eu diria até que já deveriam ter
concluído a obra que restava, em janeiro último, menos de 10%. E isso é motivo
de muita preocupação porque significa um atraso muito grande nas obras do Eixo
Norte, cuja conclusão significará a chegada das águas nestas regiões do sertão
nordestino”, argumenta Jeová.
O parlamentar lembra que
enquanto as obras do Eixo Leste estão praticamente prontas, inclusive com as
águas já chegando ao Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, o sertão
pernambucano, paraibano e do Rio Grande do Norte não tiveram a mesma sorte por
causa da não conclusão das obras do Eixo Norte. “É preciso mais celeridade na
conclusão deste trecho”, reitera Jeová. Ele lembra que o Eixo Norte
constitui-se em um percurso de, aproximadamente, 400 km, com ponto de captação
de águas próximo à cidade de Cabrobó (PE). De acordo com o projeto, essas águas
serão transpostas aos rios Salgado e Jaguaribe até os reservatórios de Atalho e
Castanhão no Ceará; ao Rio Apodi, no Rio Grande do Norte; e Rio Piranhas-Açu,
na Paraíba e Rio Grande do Norte, chegando aos reservatórios de Engenheiro
Ávidos e São Gonçalo, no sertão paraibano, além de Armando Ribeiro Gonçalves,
Santa Cruz e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte.
Ainda de acordo com o
deputado, neste debate de amanhã, ele vai tentar incluir pautas correlatas, a
exemplo da execução das obras do canal de, aproximadamente, seis quilômetros
que interligará as barragens de Caiçara/Engenheiro Ávidos, em Cajazeiras, que
ficou de fora do projeto inicial, mas que é imprescindível, porque sem esse
canal as águas da transposição não chegam em Cajazeiras. “O Ministério já tem
conhecimento da necessidade de fazer esse trecho, o próprio ministro já disse
que irá dar encaminhamento a essa questão, mas até agora nada de concreto foi
feito neste sentido e vamos também cobrar do ministro uma posição sobre essa
demanda”, destaca Jeová.
Sobre a transposição
É um projeto de deslocamento
de parte das águas do rio São Francisco nomeado pelo governo brasileiro como
"Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do
Nordeste Setentrional". O projeto é um empreendimento do Governo Federal,
sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional. A obra inclui a
construção de mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes
eixos (Norte e Leste) passando pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e
Rio Grande do Norte. Ao longo do caminho, o projeto prevê a construção de nove
estações de bombeamento de água. Com previsão de beneficiar 12 milhões de
pessoas, o projeto prevê a captação de apenas 1,4% da vazão de 1 850 m³/s do
São Francisco, dividida nos dois eixos de transposição.
Assessoria
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