Partidos já trabalham pré-candidaturas para eleição presidencial de outubro.
Faltando pouco menos de sete
meses para a eleição presidencial deste ano, cinco partidos já anunciaram
oficialmente seus pré-candidatos. Outras quatro legendas devem consolidar os
nomes que concorrerão ao pleito nas próximas semanas. De acordo com a
legislação eleitoral, os partidos políticos devem oficializar as candidaturas
em convenções nacionais com seus filiados entre 20 de julho e 5 de agosto.
Rodrigo Maia - DEM
Presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (RJ) teve sua pré-candidatura lançada na última
quinta-feira (8) pelo DEM. Maia tem buscado ser uma alternativa de centro e, em
suas próprias palavras, “sem radicalismos”. Ele assumiu o comando da Câmara
após a queda de Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso pela Operação Lava Jato, e ganhou
mais protagonismo político pelo cargo que ocupa, já que é o responsável por
definir a pauta de projetos importantes, como a reforma da Previdência.
Segundo ele, a pauta da
Câmara não será prejudicada devido à sua candidatura ao Planalto. “A gente tem
responsabilidade com o Brasil, já deu demonstrações disso. O projeto político
do DEM é legítimo e é feito em outro momento e local, não tem problema nenhum
disso”, afirmou.
Filho do ex-prefeito do Rio,
César Maia, o político está no quinto mandato como deputado federal. Em 2007,
assumiu a presidência nacional do DEM, após a reformulação do antigo PFL.
Rodrigo Maia ingressou, mas não chegou a concluir o curso de Economia. Foi
secretário de Governo do município do Rio de Janeiro no final da década de
1990, na gestão de Luiz Paulo Conde, que à época era aliado de César Maia.
Ciro Gomes - PDT
Pela terceira vez
concorrendo ao posto mais alto do Executivo, o ex-governador do Ceará Ciro
Gomes vai representar o PDT na disputa presidencial. Ao anunciar o seu nome
como pré-candidato na última quinta-feira (8), o pedetista adotou um discurso
contra as desigualdades e propondo um “projeto de desenvolvimento” para o país.
“Não dá para falar sério em
educação que emancipe, não dá para falar sério em segurança que proteja e
restaure a paz da família brasileira sem ter compromisso sério para dizer de
onde vem o dinheiro”, disse, no ato de lançamento da pré-candidatura.
Ciro Ferreira Gomes tem 60
anos e é formado em Direito. Ele foi governador do Ceará por dois mandatos,
ministro da Fazenda no governo de Fernando Henrique Cardoso e da Integração
Nacional no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes,
ocupou a prefeitura de Fortaleza e o cargo de deputado estadual. Em 1998 e
2002, ele foi candidato à Presidência, tendo ficado em terceiro e quarto
colocado, respectivamente.
Jair Bolsonaro - PSL
Deputado federal na sétima
legislatura, Bolsonaro se filiou ao PSL na última quarta-feira (7). Considerado
polêmico por suas bandeiras, Jair Bolsonaro defende a ampliação do acesso a
armas e um Estado cristão, além de criticar modelos de família, segundo ele,
"não tradicionais”, como casamento homossexual.
“Nós temos propósitos,
projeto e tudo para começar a mudar o Brasil. Nós somos de direita, respeitamos
a família brasileira. Está na Constituição que o casamento é entre homem e
mulher e ponto final. Esse pessoal é o
atraso, uma comprovação de que eles não têm propostas e que a igualdade que
eles pregam é na miséria”, afirmou, durante o ato de filiação ao PSL. De acordo
com o partido, ainda não há uma data de lançamento oficial da pré-candidatura.
Nascido em Campinas, Jair
Messias Bolsonaro tem 62 anos. Ele é formado em Educação Física e militar de
carreira. Ele foi para a reserva das Forças Armadas em 1988, após se envolver
em atos de indisciplina e ser eleito vereador pelo Rio de Janeiro. Desde 1991,
assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados. Foi eleito deputado em 2014 pelo
PP, mas migrou para o PSC.
Álvaro Dias - Podemos
O senador Álvaro Dias será o
candidato do Podemos. Eleito senador em 2014, pelo PSDB, Álvaro Dias migrou
para o PV e, em julho do ano passado, buscou o Podemos, antigo PTN. Com a
candidatura do senador, a legenda quer imprimir a bandeira da renovação da
política e da participação direta do povo nas decisões do país por meio de
plataformas digitais.
“Nós temos que rediscutir a
representação parlamentar. Não somos senadores demais, deputados e vereadores
demais? Está na hora de reduzirmos o tamanho do Legislativo no país, tornando-o
mais enxuto, econômico, ágil e competente”, afirmou Dias, em entrevista
concedida esta semana no Congresso Nacional.
O político, de 73 anos, está
no quarto mandato de senador. De 1987 a 1991, foi governador do Paraná, à época
pelo PMDB. Na década de 1970, foi deputado federal por três legislaturas e,
antes, foi vereador de Londrina (PR) e deputado estadual no Paraná. Álvaro Dias
é formado em História.
Marina Silva - Rede
Sustentabilidade
A ex-senadora Marina Silva
vai disputar a Presidência pela terceira vez consecutiva. Integrante da sigla
Rede Sustentabilidade, Marina tem como plataforma a defesa da ética, do meio
ambiente e do desenvolvimento sustentável.
Ela é crítica do mecanismo
da reeleição, que, segundo ela, se tornou um “atraso” no país. “Sou
pré-candidata à Presidência para unir os brasileiros a favor do Brasil. Os
governantes precisam fazer o que é melhor para o país e não o que é melhor para
se perpetuar no poder. Chega de pensar apenas em interesses pessoais e
partidários”, escreveu recentemente em seu perfil do Facebook.
Marina Silva militou ao lado
do líder ambientalista Chico Mendes na década de 1980. Filiada ao PT, ela foi
eleita vereadora de Rio Branco e deputada estadual, antes de ocupar dois
mandatos de senadora representando o Acre. Por cinco anos, foi ministra do Meio
Ambiente do governo Lula e se desfiliou do PT um ano após deixar o cargo. Ela
foi candidata ao Planalto em 2010 pelo PV e, em 2014, assumiu a candidatura do
PSB à Presidência após a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Manuela D’Ávila - PCdoB
A deputada estadual do Rio
Grande do Sul, Manuela D'Ávila, será a candidata pelo PCdoB. A ex-deputada
federal, por dois mandatos, teve a pré-candidatura lançada pelo partido
comunista em novembro do ano passado. Esta é a primeira vez que o PCdoB lançará
candidato próprio desde a redemocratização de 1988. Um dos motes da campanha
será o combate à crise e à “ruptura democrática” que, segundo a legenda, o país
vive.
“Trata-se de uma
pré-candidatura que tem como algumas de suas linhas programáticas mais gerais a
retomada do crescimento econômico e da industrialização; a defesa e ampliação
dos direitos do povo, tão atacados pelo atual governo; a reforma do Estado, de
forma a torná-lo mais democrático e capaz de induzir o desenvolvimento com
distribuição de renda e valorização do trabalho”, escreveu a presidente
nacional do partido, Luciana Santos, ao lançar a candidatura de Manuela
D'Ávila.
Manuela D'Ávila tem 37 anos
e é formada em jornalismo. Ela é filiada ao PCdoB desde 2001, quando ainda
participava do movimento estudantil. Em 2004, foi eleita a vereadora mais jovem
de Porto Alegre. Dois anos depois, se candidatou ao cargo de deputada federal
pelo Rio Grande do Sul e se tornou a mais votada do estado. Em 2008 e 2012,
disputou a prefeitura da capital gaúcha, mas ficou em terceiro e segundo lugar,
respectivamente. Desde 2015, ocupa uma vaga na Assembleia Legislativa do estado
onde nasceu.
Guilherme Boulos - PSOL
Neste sábado (10), em São
Paulo, o PSOL deve anunciar oficialmente a pré-candidatura de Guilherme Boulos,
que se filiou no início da semana à sigla reunindo apoio de alguns movimentos
sociais. Repetindo a estratégia das últimas eleições, de apresentar uma opção
mais à esquerda que os demais partidos, o PSOL participará com candidato
próprio à corrida presidencial, que em 2010 e 2014 teve os nomes de Plínio de
Arruda Sampaio e Luciana Genro na disputa.
Segundo Boulos, que é
coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), é preciso
levar a indignação dos cidadãos para dentro da política. “A capacidade de
conjugar unidade na luta, na resistência e na defesa dos direitos com a ousadia
de construir um projeto de futuro foi o que aproximou e uniu o MTST com o PSOL,
bem como outros movimentos sociais, na construção dessa aliança”, disse, nesta
semana, ao se filiar ao PSOL.
Um dos líderes do movimento
pelo direito à moradia no Brasil, Boulos ficou conhecido nacionalmente após as
mobilizações contra a realização da Copa do Mundo no país, em 2014. Formado em
Filosofia e Psicologia, Boulos tem 35 anos.
João Amoêdo - Novo
Com 55 anos, João Amoêdo é o
candidato pelo partido Novo, que ajudou a fundar. Formado em engenharia e
administração de empresas, fez carreira como executivo do mercado financeiro.
Amoêdo foi um dos fundadores
do Partido Novo, que teve seu registro homologado pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) em 2015. A disputa presidencial em 2018 será a primeira
experiência política dele.
Entre as principais
bandeiras de Amoêdo, assim como do Partido Novo, estão a maior autonomia e
liberdade do indivíduo, a redução das áreas de atuação do Estado, a diminuição
da carga tributária e a melhoria na qualidade dos serviços essenciais, como
saúde, segurança e educação. "É fácil acabar com a desigualdade, basta
tornar todo mundo pobre. Ao combater a desigualdade você não está preocupado em
criar riqueza e crescer, você só está preocupado em tornar todo mundo igual. O
importante é acabar com a pobreza e concentrar na educação básica de qualidade
para todos", diz o candidato em sua página oficial na internet.
PSDB
Em relação ao PSDB, a
legenda chegou a promover um processo interno de seleção mas, com a desistência
de alguns integrantes, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deve ser
oficializado nos próximos dias como pré-candidato pela legenda. Será a segunda
vez que ele disputará a vaga.
Em dezembro do ano passado,
Alckmin foi eleito presidente nacional do PSDB. Segundo ele, o partido chegará
“unido e revigorado” para a disputa de outubro. “Iniciado o processo eleitoral,
o Brasil vai presenciar nosso melhor desempenho, nosso bloco de forças,
partidos aliados, todos unidos. Nossa indignação e coragem vão mudar o Brasil”,
afirmou.
Geraldo Alckmin tem 65 anos,
é formado em medicina e é um quadro histórico do PSDB em São Paulo.
Vice-governador de 1995 a 2001, ele assumiu a administração paulista após a
morte de Mário Covas, sendo reeleito em 2002. Em 2006, disputou o Planalto, mas
foi derrotado por Lula. Eleito em 2010 para mais um mandato à frente do governo
de São Paulo, Alckmin foi reeleito em 2014.
PT
Após ganhar as últimas
quatro eleições, o PT está em definição. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva foi lançado como pré-candidato do partido, porém como foi condenado em
segunda instância a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, o partido e Lula aguardam o julgamento dos
últimos recursos.
No entanto, como os recursos
não podem mudar a condenação, a expectativa é que Lula recorra ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) em busca de uma autorização para se candidatar, já que
a Lei da Ficha Limpa prevê a impugnação das candidaturas de políticos
condenados em segunda instância. Na última terça-feira (6), a Quinta Turma do
Superior Tribunal de Justiça decidiu, por unanimidade, negar um pedido de
habeas corpus preventivo de Lula. Outros nomes cotados dentro do partido são o
do ex-governador da Bahia Jaques Wagner e o do ex-prefeito de São Paulo
Fernando Haddad.
Agência Brasil
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